água que rolou
Deixa danos e desenganos
Mágoas ficaram
Anos após anos.
Nascí só
Estou só no momento
Fomento a morte
Forma de esquecimento.
Uma lágrima
Só uma basta
Quente como mágma
E me mantém casta.
Nereide
Um tema
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Quero fazer um poema
Não sei o tema
Tão bonito que
Me surprienda de
Perfeito!
Escreverei do universo
Fazendo um verso?
Tão somente de amor
Simplesmente amor
Pensamentos em turvelinho
Olhos cansados, cabelos em desalinho
A espera é longa: um desafio
Sem recado, sem aviso.
Noite! minha amiga solitária
Amiga tenta ser solidária
Uma lágrima diz a angustia que trago
Um pedido, um desejo, de apenas um afago.
Nereide
Quadras------ Nostagia-----Turbilhão
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Deixe-me ficar assim
No meu universo,sem rastros
Sem o verso, sem ti, sem mim
Apague tudo, não quero nem traços.
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Alexandria 2004
Há um sonho que me habita
Bem guardado, por vezes se agita
Grita, luta, quer sua conquista
Acorda , adormece, cogita
Soltar as amarras, soltar a desdita
Em pleno voo então volita
Distante, constante, à perder de vista.
Nereide
Reclama o rico
Reclama o pobre
Ao pobre falta dinheiro
O rico tem que lhe sobre
Entre repetidos lamentos
Passa o tempo a correr
Escapa a oportunidade
De grandes coisas fazer
Estamos todos saturados
Desta estranha forma de vida
Puseram-nos grades à frente
Que causarão grande ferida
O Homem quer liberdade
Desde sempre assim a teve
Não soube ser responsável
Eis agora o que obteve
Em pleno século XXI
Explodiu conhecimento
Acelera-se a prepotência
Ignora-se o discernimento.
Uma passagem pública que não impede
A monotonia popular
Ressignificar
Tomada de decisão acionada
No coração humano
Em ânimo não se pode agradar !
Populares não deixem de se achegar !
A divina comédia humana
Poderemos
O derradeiro ato encenar
Pode a qualquer momento as cortinas descerem
Deixemos Dante
Vamos avante
A vida tem outros espetáculos
Informe se querido leitor
Mas esqueça por um momento
A fórmula da dor
Mudemos o curso deste rio .
Caem dores amarelas
No outono da minha vida.
As folhas podem ser belas
Mesmo que estejam caídas,
Mas as dores nunca o são
E dolosas, mostram apenas
O reflexo do coração,
Das caminhadas terrenas.
