Geral
A FOLHA DESBOTADA
Autor: Bulhão Pato on Monday, 28 January 2013
Seja o que for que esteja no centro do Mundo
Autor: Alberto Caeiro on Monday, 28 January 2013
Seja o que for que esteja no centro do Mundo,
Deu-me o mundo exterior por exemplo de Realidade,
E quando digo "isto é real", mesmo de um sentimento,
Lisbon Revisited
Autor: Álvaro de Campos on Monday, 28 January 2013NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Á LISBOA DAS NÁUS CHEIA DE GLORIA
Autor: António Nobre on Monday, 28 January 2013I
Lisboa á beira-mar, cheia de vistas,
Ó Lisboa das meigas Procissões!
Ó Lisboa de Irmãs e de fadistas!
Ó Lisboa dos lyricos pregões...
Lisboa com o Tejo das Conquistas,
Mais os ossos provaveis de Camões!
Ó Lisboa de marmore, Lisboa!
Quem nunca te viu, não viu coisa boa...
II
*NOVA BALLADA DO REI DE THULE*
Autor: Gomes Leal on Sunday, 27 January 2013N'um paiz nada visinho...
Em Thule até mui distante,
Houve outr'ora um rei farçante,
Um rei amigo de vinho.
Quando sua amante fiel
Mimosa e cheia de graça,
Morreu, deixou-lhe uma taça
Que semelhava um tonel.
Era tamanha a grandeza
Da taça que nada iguala!
--Ficava sempre ao esgotal-a,
El-rei debaixo da mesa.
Quasi sempe ao lusco-fusco,
De noute, até horas mortas,
Folgava, as pernas já tortas,
Este rei velho e patusco!
Ser Português...
Autor: Ártemis on Sunday, 27 January 2013SÊ FELIZ
Autor: Bulhão Pato on Sunday, 27 January 2013
Se eu pudesse trincar a terra toda
Autor: Alberto Caeiro on Sunday, 27 January 2013
Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento...
Dispersos
Autor: António Nobre on Sunday, 27 January 20131
--Soffro por ti nesta auzencia,
Tanto que não sei dizer.
--Meu Antonio! Tem paciencia!
Soffrer por mim é soffrer?
2
Ah quem me dera abraçar-te
Contra o peito, assim, assim...
Levar-me a morte e levar-te
Toda abraçadinha a mim!
3
Ai ella é tão pequenina
Que, quando ao meu collo vae,
Diz o povo: uma menina
Que vae ao collo do Pae!
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