Geral
SÊ FELIZ
Autor: Bulhão Pato on Sunday, 27 January 2013
Se eu pudesse trincar a terra toda
Autor: Alberto Caeiro on Sunday, 27 January 2013
Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento...
Dispersos
Autor: António Nobre on Sunday, 27 January 20131
--Soffro por ti nesta auzencia,
Tanto que não sei dizer.
--Meu Antonio! Tem paciencia!
Soffrer por mim é soffrer?
2
Ah quem me dera abraçar-te
Contra o peito, assim, assim...
Levar-me a morte e levar-te
Toda abraçadinha a mim!
3
Ai ella é tão pequenina
Que, quando ao meu collo vae,
Diz o povo: uma menina
Que vae ao collo do Pae!
4
*ARANHA*
Autor: Gomes Leal on Saturday, 26 January 2013N'um sonoro theatro antigo da Alemanha,
D'um violino aos ais, banhada de luz viva,
Surgia d'um covil uma grotesca aranha,
Dos banquetes do Som habitual conviva.
O ser sombrio e obscuro, ó meu amor! não priva
Da adoração do Bello, a adoração extranha!
E assim se embriagava a escura pensativa
Da lyrica emoção que nossa alma banha!
Mataram-a uma vez. Não mais a pobre amante
Da Musica, surgiu áquella luz brilhante;
Foi-lhe o velho theatro a sua sepultura...
Até te encontrar...
Autor: Ártemis on Saturday, 26 January 2013
RECORDAÇÕES
Autor: Bulhão Pato on Saturday, 26 January 2013
Se eu morrer novo
Autor: Alberto Caeiro on Saturday, 26 January 2013
Se eu morrer novo,
Sem poder publicar livro nenhum,
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
*DESPEDIDA AO SOL*
Autor: Gomes Leal on Friday, 25 January 2013Adeus, adeus, ó Sol! grão moribundo
Tão amado dos mysticos amantes!
Vae dourando inda os ninhos e os mirantes
E os sinceiraes, o Mar, o velho mundo!
Vae! vae! ó astro lyrico! no fundo
Das aguas apagar-te!... Os teus instantes
São curtos, coração largo e profundo!
Mas da minha amargura semelhantes!
E, no entanto, astro de fogo, astro tyrano!
Se a tua chaga é funda, no Oceano
Todo o teu sangue ali podes lavar!...
SALDO
Autor: Rimbaud on Friday, 25 January 2013
Vende-se o que os Judeus não venderam, o que nem a nobreza nem o crime
provaram, o que o amor maldito e a honestidade infernal das massas ignoram;
o que nem a ciência nem o tempo reconhecem;
As vozes restauradas, o despertar fraterno de todas as energias corais e