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Escrita Perigosa

Peço ajuda divina para a escrita perigosa desta vida
Alma que opina desgostosa, mesmo saudosa do que a incrimina...
Oh Deus da prosa!... Que é o mesmo que o da rima...
A rima é mais vaidosa, mas é a prosa que nos ensina.
Temo: ser pouco o tempo para o sentimento ser demorado.
Privado dele, como o vento, com o nascimento a cada segundo dado
Cansado no batimento de um coração despedaçado..
Provado o consentimento.. relacionamento falhado.
 

O PÁSSARO LIVRE

 

Violinos lacrimejam uma melodia alegre que sai das suas profundezas.
Cordas habilmente rasgadas por dedos ágeis, retalham o vazio.
O pássaro livre, na sua gaiola fechada, escuta sem entender aqueles sons feitos por pessoas estranhas.
Que antes só ouvia na meia-luz lamentar.
Continuando o seu afortunado saltar de baloiço em baloiço, na sua gaiola de um único vaivém.

velho moinho

Velho  moinho

 

Obra rústica de charme aconchegante

Engenho de sonhos,

Movidos a ventos

Entre as mós, eles vão girando

Transformando em suco

Os meus sentimentos

Velho moinho de versos

Hirto na aurora dos tempos

Sem alma, sem voz

Sem nada por dentro

O velho moinho

Que já foi feliz, está agora abandonado…

Fica a memória da dureza do grão

por tantos de nós superado

Junto aos grãos os condimentos

Raiva, amor, desencanto…

Perdidos no cenário campestre

Sombras

Sombras

 

Meus olhos se encheram de emoção

Diante das águas tranquilas do rio

Um sorriso iluminado acompanhou o meu olhar

Por entre os orvalhos da saudade

Tu estavas lá, olhando o rio

Com teu ar sereno e misterioso

Rodopiavas em pensamentos ao som do barulho do vento

É quase outono, o sol já se esconde envergonhado

Por entre as folhagens das árvores que teimam em cair

Como um pescador de sonhos

Alimentas a alma nos reflexos das águas do rio

Meu coração é uma folha solta no ar

Setembro

Setembro

 

Há um prenúncio de chuva

No perfume que a nuvem comprime

As folhas subtis das árvores

afagam suavemente o solo

pintando de cor a calçada

O vento do Norte

Mima com beijos suaves

As folhas que perderam a cor garrida

Num delírio enfraquecido do verão.

Ergue-se setembro

As estradas dos meus sonhos

Reabrem-se dentro de mim

O vento traz o fresco às madrugadas

A brisa baila por entre os campos

E eu sentada no banco do jardim

Doce quimera

Doce quimera

 

Nesta vida efémera

Onde o vento silencia

E a lua prateada se transforma

A ilusão e a fé, dão sentido à minha vida

Doce quimera…

Por de trás de um sorriso, anunciaste a tua partida

Mas em que instante te deixei de ver?

Em que momento te reencontrei?

Não, não estás sobre a água

Não, não estás por entre as chamas

É o vento, o mar e o fogo que te sustentam

E se te quero ver, tenho que fugir das estrelas

Este aperto silencioso, é difícil de entender

Os poetas

Os poetas

 

Às vezes se apaixonam por musas

Silenciam, argumentam, discutem

Com a folha de papel e a caneta

No final do dia quando anoitece

Procuram a paz

E quando se encontram a sós com a alma

A poesia acontece!

Tiram dentro do peito a Emoção

Aspirando o aroma da poesia

Os versos que escrevem

Vêm de dentro do coração

As almas dos poetas

Não as entende ninguém

Escrever, é a sua terapia

Conjugam o verbo amar

Em perfeita harmonia

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