Geral
“Panhadores” De Café
Autor: André Claro on Friday, 8 December 2017Na estrada, à tarde, mais “de” tardezinha, grudando em nossos suados rostos aquela poeirinha fina tão fina quanto agora os nossos ossos que não suportariam mais nada a não ser um filho esperando pra bola
Gesto corrompido
Autor: Nereide on Thursday, 7 December 2017Deixando o Caminho Para Trás
Autor: André Claro on Sunday, 3 December 2017
O caminho me encontrou
sem escolha, voltei a caminhar
mas senti falta da dúvida
de me fincar em qualquer lugar
sem saber para aonde se vai
talvez eu nunca quisesse ir
nem caminhar, nem chegar
e na certeza de outra vez
perdidamente me descaminhar
vou deixando o caminho para trás.
Hoje
Autor: Paulo Fernandes on Saturday, 2 December 2017Sem o Barulho do Mundo
Autor: André Claro on Saturday, 2 December 2017
Sem o barulho do mundo,
Para não falar silêncio,
Ouve-se a fina e persistente
Melodia da chuva noturna.
Se bem que
Alguns ainda a desfortunam,
Levam sua quietude à falência,
Uns com suas carências rugosas,
Outros com suas histerias inconvincentes.
Enquanto isso, são incapazes de notar
A vida escorrendo à surdina,
Sem um só refrão,
Ora para a música da arrebentação infinda,
As ondas num estribilho a divagar,
Ora para a culpa e sua disfonia
Sem nenhum perdão.
A Difícil Arte de Dizer Não
Autor: André Claro on Tuesday, 28 November 2017
Não consegue dizer não, seja lá por medo...
Se diz, a faca da culpa lhe corta o peito,
Se não, o ódio de si lhe pesa as costas,
Tantas as coisas sem poder carregar postas.
Tão simples o não, e nunca dito,
Insiste no sim, que em não se volta contra ele,
Nega-se a não dizer o sim maldito,
Até quando mais se pode e deve.
E mais a si mesmo deve.
É, na verdade, cobrado pelo indébito,
Por tão inapropriadamente se tratar.
E mais vai devendo de tanto se doar.
O Tímido, o Púlpito e o Público
Autor: André Claro on Sunday, 26 November 2017
Chegou a hora de me despedir,
De ajeitar meu uniforme âmbar,
Sentir algo mastigando minha garganta.
Não, não estou minguando,
Apenas caminhando ao púlpito do remir.
Cinquenta impiedosos à minha frente,
Minhas pernas puritanas tremulantes,
Tanto menos que minhas mãos indecentes,
A folha de papel convulsionada entre elas,
Denunciando toda minha timidez.
Esqueço tudo o que foi estudado e ensaiado,
Quem era Ana Bolena, Tsé ou Maria Teresa,
Travo uma batalha ignominiosa,
Contra aquela turma de carrascos?
Poder Amar Sem Poder
Autor: André Claro on Saturday, 25 November 2017
O Poder de amar até tenho,
Mas isso já não é negócio,
Amo o quanto posso,
Sem precisar que me paguem pra ver.
Agora amo de verdade,
Mesmo se amo sem poder.
Amarrado ao Pé da Letra
Autor: André Claro on Thursday, 23 November 2017Sou escravo da palavra, Mesmo se escrevo Tentando dominá-las. Antes de concebidas, Já me ordenam a trabalhar Forçado. Para construir-lhes um poema