Geral
Só Aquilo que me Faltava!
Autor: André Claro on Thursday, 26 October 2017
Tem uma pálida luz do sol
Em meu leito,
Que parece que se esfria mais
Quando toco no gélido papagaio
Sob a coberta fina,
Um verdadeiro lençol.
As Pedras presas em meus rins
Continuam doendo
E não descem por nada!
Tenho a arrogância
Dum enfermeiro do dia,
A doçura das enfermeiras da noite.
Dou uma olhada pela janela,
Imagino o pátio lá embaixo.
Sinto saudade de casa, dos outros,
Dos meus oito gatos, dos amigos,
Até do irritante som alto no vizinho,
Das coisas pras quais eu prestava,
Pois agora estou impotente,
Eu
Autor: Paulo Fernandes on Wednesday, 25 October 2017A Pedra
Autor: Paulo Fernandes on Wednesday, 25 October 2017Nem Pronta, Nem Inacabada
Autor: André Claro on Tuesday, 24 October 2017
A poesia que fiz e não te entreguei,
Não é assim tão boa,
Mas não te entreguei não foi por vergonha.
Na verdade, foi porque não estava pronta.
Que nem eu, que nem você,
Que sempre acha que está faltando alguma coisa.
Apronta-se, aponta,
Desmonta-se e não sossega,
Que procura, procura e nunca se entrega.
Os Tombos da Alma Minha
Autor: André Claro on Sunday, 22 October 2017
Tomei um tombo e caí de joelhos.
Levantei sem ninguém me ajudar,
Alertaram que não era mal do corpo.
Não demorou e me dobrei de novo,
E demorei mais para levantar,
Pois meus joelhos ainda estavam ralados.
Curei meus joelhos, mas
Esqueci-me de curar
Também a alma minha.
Caí novamente e não ralei os joelhos.
A alma minha é que
Precisava ser socorrida.
Neguei ajuda mais uma vez
E nunca mais caí.
Apenas os outros, derrubei.
A Moça do Malabares ou A Arte de Ser A Vida
Autor: André Claro on Thursday, 19 October 2017
Tinha uma moça jogando malabares coloridos,
Uma moça de bermuda e cabelos esverdeados.
Fazia sua performance no semáforo vermelho,
Grata às moedas e risos amarelos nos veículos,
Apesar do sol de meio-dia, intenso, alaranjado.
Nos intervalos, uma golada na garrafinha pet,
Um confere nas mochilas, um olhar pro nada,
Um mergulho casto pro interior dela mesma,
Um graças por ter conseguido pro marmitex,
Por estar fazendo arte e sem ser subserviente.
Alguns observam de seus estimados carros,
Poesia ao mouco
Autor: Michel Willian on Thursday, 19 October 2017pense como se fosse sábio,
lute como se fosse hábil,
pereça como se fosse praxe.
ditando, o que jaz escrito,
meramente, abaixe a cabeça,
a essência porém, não esqueça.
conselhos de alguém já vivido,
inclina-te os seus ouvidos,
abaixe porém, a cabeça.
no tempo se eternizaram,
Pergunto-me:
O Antônimo de Antônio
Autor: André Claro on Sunday, 8 October 2017Eu não estou triste, juro,
Mas me irrita o barulho.
Não estou triste, Júlia,
Se bem que nada me felicite,
Um punhado de conversa,
Ou mesmo um dedo de prosa,
Realmente se tornou muito difícil.
Não estou triste, não muito,
Só que não quero sair,
Não gosto mais de trabalhar,
Prefiro dormir.
Ou será que sim?
Estou triste pra burro?
Talvez eu deva aceitar
Que o cinza me rendeu,
Meu vigor encolheu
E que é preciso caminhar.
Não para qualquer lugar
Como era antes,
O BREJO
Autor: André Claro on Tuesday, 3 October 2017É um brejo
Ou só um brejo,
Mas não deixa de ser um brejo,
Um brejo que me parou.
Vejo a lagoinha acima refletindo a paisagem,
O sol, o céu de poucas nuvens, uns insetos,
Uns bichos estão em algazarra.
Dali para baixo,
No barro ressequido,
As pegadas de vacas,
De bois — do retireiro
— fazem um trilho para o nada.
Suspeito que eu, ali, — no brejo — já tenha passado.
Mas não lembro,
Ou não entendo,
Ou tenha ficado,
Naquele brejo.
Ou só naquele brejo.