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QUINTILHAS: _Offerecidas ao Illustrissimo, e Excellentissimo Senhor Conde de S. Lourenço_.

Ante vós, Claro Senhor,
Que pondes os sãos cuidados
De bons estudos no amor,
E que d'homens applicados
Sois o exemplo, e o protector;

Levanto sem pejo a voz;
Que essa alma nunca despreza
O pouco que encontra em nós;
Não produz a Natureza
Muitos homens como vós;

Pois vi outr'ora amparado
O discreto, e doce Brito,
Triste moço, em flor cortado,
Que hia alevantando o esprito,
De vossas luzes guiado;

MEMORIA Á MINHA MÃE AO MEU PAE

Aquelle que partiu no brigue _Boa Nova_,
E na barca _Oliveira_, annos depois, voltou;
Aquelle santo (que velhinho e jà corcova)
Uma vez, uma vez, linda menina amou:
Tempos depois, por uma certa lua-nova,
Nasci eu... O velhinho ainda cà ficou,
Mas ella disse:--«Vou, alli adiante, à _Cova_,
Antonio, e volto jà...» E ainda não voltou!
Antonio é vosso. Tomae là a vossa obra!
«Só» é o poeta-nato, _o lua_, o santo, a cobra!
Trouxe-o d'um ventre: não fiz mais do que escrever...

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