Intervenção

A PROPÓSITO DE ARMAS

A PROPÓSITO DE ARMAS

Relembro as palavras que o meu amigo Carlos Freitas me disse pouco tempo antes de falecer:

- “Deixei o meu posto de Major em Angola porque não suportava viver em guerra, não podia ver mais uma arma à minha frente”.

Por ser oportuno, recordo as palavras que lhe dediquei, revelam a grandeza do HOMEM que ele foi.

O meu amigo Carlos fechou os olhos no Domingo (03/06/2018).

Lutou até ao fim, no Sábado quando o fui visitar ao hospital, para me poupar disse - “Vai Miguel eu fico bem, estou em Paz”.

Esparsa

Isso é fome, ou é retraça,
Da qual já não pintei a massa
Nem tentei fazer de novo?
Cada gota que envidraça,
Faz-me nunca ser um estorvo.
A cada vento que passa,
Deixo de ser um mero corvo.
Sem saber esperar uma esparsa,
Ou viver do que eu não faça,
Pois que a elite seja o povo!

AINDA LEMBRO ABRIL

AINDA LEMBRO ABRIL

Eu vi, …

Uma semente lançada,

De uma mão fechada,

E atirada ao vento…

 

Eu vi, …

Um pó dourado

De esperança carregado,

Cair  na terra mãe.                                         

Eu vi,

Uma semente enterrada,

Só e abandonada,
Apodrecer e  desabrochar. 

                                                                                     

Eu vi,

harmonia de superfície

sai dessa toca
toada reprimida
que te oprime e sufoca
essa vontade atrevida
tão sã e tão louca
esquece essa norma
que te apouca
rompe essa forma
que te molda a vida
e arrisca sem receio
a virtude conseguida
não está no meio
e sim na saída
rebenta esse freio
essa relutância ferida
de morder o arreio
e te doer a mordida
se a miséria se acentua
desconfia da esmola
aquele que promete a lua
pode ser quem te esfola

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