Intervenção

Um Lindo País

(Para o meu querido povo, que sempre me apoiou)

A quem sabe do que falo
É dedicada esta quadra
A partir de agora não me calo
Nem que me levem para a esquadra
 

 

Portugal, tão pequenino
Mas tão cheio de grandezas
Onde quem luta pela vida
Vive a vida com miudezas

Portugal, de vista curta,
Procura a sua salvação
Mas a doença não tem cura
E ainda nos rouba o pão

Talvez seja uma palavra

Disseram-me que para crescer,

Eu teria que mudar.

Contaram-me que para aprender,

Teria de falhar.

Ensinaram-me que sofrer,

Faz parte de amar.

Que na vida para correr,

Eu teria de andar.

 

São histórias contadas,

São retóricas debatidas.

São memórias inventadas.

Por mentes distorcidas.

 

Mentes que me elucidam,

Que me dizem como escrever.

Numa métrica que diziam,

Ser a única a escolher.

 

Tempos de Guerra

Sem motivo sou poeta, sempre tive visão correta, sente-te vivo nesta divisão que eu divido numa situação de merda, emancipação da caverna, através dum livro construtivo na dissipação da névoa, participação benévola, onde eu evito o erro que eu repito com manipulação discreta, isso é rejeição oposta a aceitação da voz com o discurso dos teus avós que um homem nunca foge em tempos de guerra.

 

Rimar sem dizer...

O que a preguiça começou,

 Amanhã termina.

A vontade que falhou,

Há-de voltar um dia.

 

Acordo mas no entanto,

Não me chego a levantar.

O tempo vai passando,

Sem eu me importar.

 

Ser poeta é um tédio,

Que o digo de boca fechada.

Na poesia sou um génio,

Porque rimo sem dizer...(nada).

 

 

 

 

 

 

 

BRINCAR PORQUÊ

Porquê brincar com as palavras
De um texto em ordem na melancolia
Porquê brincar com as letras
De um texto que se estende ao infinito
Porquê brincar com as vírgulas
De um texto mergulhado deste abismo
Porquê brincar com os pontos
De um texto de sublime cor da ternura
Porquê brincar com as páginas
De um livro inacabado por escrever
Porquê brincar e não ler, porquê.

 

 

Para além

Para além do que vês,

Estende-se o que não pode ser visto.

O que não pode ser dito.

O verdadeiro poeta é aquele que consegue rimar no silêncio.

Transformando em verso aquilo que se estende para além do que pode ser visto, ou dito.

Vendo o que ninguém vê , sentindo o que mais ninguém sente.

A benção, a dádiva, o talento.

A maldição, a tortura, a tristeza.

Pólos opostos que se equilibram sobre a sua própria razão de ser.

O facto de terem de coexistir no misto de guerra, e paz a quem chamam de poesia.

Não é suposto

Diz-me como é suposto eu não gostar de ti?

Eu sei que não é suposto eu gostar de ti.

Mas nem sei o que é suposto sentir.

Sinto-te em cada batimento cardíaco, em cada movimento respiratório, em todos os pensamentos flutuantes que interiorizo diariamente.

Não sei se te amo, não sei o que tu chamas de amor.

O nome que damos às coisas é com cada um.

Misturar-me nessas nomenclaturas apenas me mergulha em confusão.

Tudo isto pode, ou não ser preenchido por uma questionável veracidade.

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