Verso na tua mão
Autor: Duarte Almeida Jorge on Sunday, 29 November 2015O que eu queria dizer,
Perdeu-se na tradução.
É difícil de entender,
Menos fácil de escrever,
Este verso na tua mão.
O que eu queria dizer,
Perdeu-se na tradução.
É difícil de entender,
Menos fácil de escrever,
Este verso na tua mão.
Lá longe, longe perdido nas águas profundas
Do rio que corre, que passa entre as fragas
De seixos escorregadios onde sofro sozinho
No respirar de um simples suspiro de dores
Sede partilhada da tua boca sobre ondas
No desaguar da foz, andam as andorinhas
Nevoeiro de murmuro de uma oração ausente
Feita de argila estéril, seca de morno sangue
Sou um livro mágico
Que tu nunca leste, nem iras ler
Páginas recheadas de amor
Sou uma história que não conheceste
Disfarcei-me num livro de amor
Mas tu nem te deste ao trabalho
De olhar, de o abrir de o tentar ler
Se ao menos o tivesses lido
Terias amado e entendido o meu amor
Recebi abraços, sem ser os teus
Afinal escolheste outro caminho
E morreste sem teres lido
Ou vivido esse amor.
Continua concentrado.
Não desanimes apesar da turbulência.
O destino é teu, persegue-o com todas as tuas forças.
Não hesites perante a oportunidade de avançares mais um pouco.
Continua concentrado naquilo que realmente importa.
Apenas precisas de ti mesmo para o conseguires, apercebe-te, vê, ouve, e faz.
Acima de tudo precisas de fazer, da vontade genuína de o quereres fazer.
Uma montanha de adversidades existe para ser conquistada, quão pequena por vezes aparenta perante um ato de coragem.
És tu, e a tua vontade.
Não tenho tantas qualidades quanto queria,
Ainda não sou o que sonhei.
Como é que eu irei conseguir ter sucesso?
A poesia não é rentável na indústria literária, até vocês admitem.
Como posso eu ignorar o facto de não haver paciência para poetas?
Se fosse só paciência era bastante bom, mas aliado a isso vem a falta de tempo, pior ainda, a falta de interesse!
Ah! Essa falta de interesse aniquila-me a esperança!...
É perigoso ser poeta, as ameaças são várias, de todas as formas, e constantes.
O verdadeiro segredo da vida não se esconde numa frase que te motiva.
O verdadeiro amigo não é aquele que te relembra do quão importante é sorrires, mas aquele que não te deixa esquecer o valor de uma lágrima partilhada.
O verdadeiro amor não se descobre na companhia de alguém, reside na ironia da sua descoberta se originar na solidão.
O verdadeiro muitas vezes nem é preenchido pela verdade.
Porém é sempre verdadeira a recompensa de o ser.
Num país de ladrões,
São eles quem rouba mais.
Levantam-se questões,
Iludem-se multidões,
São plásticas discussões,
São sonhos irreais.
A honestidade sai cara,
Quando mentir é barato.
É perigosa a palavra,
Quando manipulada
Pela mão disfarçada,
Que protege o seu prato.
Soem sirenes inquietas
Acordem o silêncio do mundo
Que dorme no muro da indiferença
Sobre os escombros da incerteza
E da inquietação.
Soem trombetas de alerta
Alertem consciências moribundas
Dos poderes da ganância
Que nos devoram
Nos sugam a razão.
Eu vejo o mundo negro de dor.