a resoluta viagem em torno de mim introduz viscerais ideias na minha poesia quando o meu vigor recrudesce imiscuído nos tratos que investigam as querelas ou quando me surpreendo ao lobrigar afundada a barcaça dos meus suplícios.
MALES PRESENTE E INCERTEZAS FUTURAS
Hoje, eu estou feito um pássaro no deserto, sem uma árvore para pousar.
As roupas rotas, mas, a cor ainda permanece.
São de cores vermelha, cor de sangue; acredito que seja o Sangue de Jesus.
O meu pão, eram dois pedaços, um, o Judas Iscariotes comeu.
Minhas sandálias amarradas, com tiras de couro de um animal que um dia teve vida e hoje não a tem mais.
As minhas pernas já cansadas de caminhar por esse deserto, chamado mundo.
a minha verve não enfraqueceu com as intempéries que me devastaram nem com as atoardas cáusticas que eu fui ouvindo ao longo da minha existência: ela transporta o nutrimento que rechaça os meus obstáculos erradicando assim a monotonia que desarmonizou o meu destino.
Por vezes
olha-se
mas não se vê
Ou melhor ainda
vês
mas não és visto
Procuras
mas não encontras
Na luz do Sol
intensa
que ilumina
a cidade
Mas
de repente
tudo se encontra
No nevoeiro
intenso
que se abate
sobre a cidade
Alexandre Silva
1 Novembro 2019
Escrita 2019
transponho a ideia da morte para me basear no desconsolo da adaptação; sacudo o negrume envolvente para que o conhecimento elucide as minhas perturbações; revitalizo a taciturnidade através de diligências que alteram o curso dos meus pensamentos.
as escabrosidades penderam sobre o tirocínio da minha razão mas também sobre as aptidões que intensificaram os meus ferimentos e sobre as sevícias que envolveram o meu trajeto alvoroçado.
Tudo passa.
Você que enfrenta tormenta
Que parece intransponível.
Não é. Creia, você aguenta...
Vencerá o momento horrível.
Suporte a dor, não se importe...
Vencê-la o fará mais forte.
Fé! Não há causa impossível.
Quem tem fé nunca se cansa
Resista a dor que vier.
Mantenha viva a esperança.
Lute do jeito que der...
Confie em si e no seu Deus
Ele ampara os filhos seus.
quem espera sempre alcança.
onde a nomenclatura se prolonga vai doirando o meu caminho: onde a jovialidade se impregna compensando os anos de cativeiro; onde as máculas se enxergam na derivação dos meus anseios.
retroceder não cabe nas minhas inclinações agora que tenho garras de metal; agora que fluidifico os desvelos que me protegem de tantas emboscadas; agora que incendeio as frustrações que empobreceram o meu destino.
no fundo dum precipício existe agora uma floresta densa onde uma cascata tomba sobre a minha existência; onde eu sustenho a respiração para poder consolidar os meus atos revigorados.