o cais sereno
Autor: António Tê Santos on Wednesday, 1 November 2017largo o trilho das angústias ao remover os meus desacertos; ao gizar um círculo prudente no abrigo que idealizei; ao zumbir as ilusões que lubrificam o meu viridário.
largo o trilho das angústias ao remover os meus desacertos; ao gizar um círculo prudente no abrigo que idealizei; ao zumbir as ilusões que lubrificam o meu viridário.
Ao chegar lá no calvário vi à cruz vazia
Não encontrei o meu mestre querido
Foi quando alguém me falou
Que naquela cruz ele tinha morrido
Ao ver sangue espalhado pelo chão
O meu mestre ali não estava mais
Depois de muitos caminhos percorridos
O meu Senhor, eu não tinha conhecido.
Chorei muito porque cheguei tarde demais.
Foi quando alguém me disse
Amigo não precisa ficar triste
Assim o Mestre sempre falava
Que numa cruz ele ia morrer um dia
Mas ao terceiro dia ressuscitaria
retrocedo ao presépio sempre que a opinião expõe os desígnios divinos ao estimular a harmonia sobre as máscaras dos homens: ela simboliza a beleza onde a lenda ambiciona vaguear catapultando-me até um céu impregnado de fantasia.
as emoções ataviam-se em trilhos conspícuos delimitando os odores da imperfeição; tilintam contexturas que ultrajam quando bradam as peripécias mundanas; restringem as brenhas que fincam as minhas narrativas.
destaco os enlaces que atravessam as minhas comunicações ao refletir nos mistérios que ornamentam os meus protestos e ao fulgurar na abrangência que uma austera viagem me proporciona.
esconjuro as tragédias que assolam as danças humanas quando avalio as suas oposições; ou quando integro na inteligência as formalidades supersticiosas que desagrego em poesia; ou quando faço incidir na cobiça os sulcos da bestialidade.