Rebentos
Autor: Mónica Silva on Saturday, 26 November 2016Vómito de solidão
Justiça da palavra em dor
Mágoa que exalta em vão
Que causa um feroz ardor
Vómito de solidão
Justiça da palavra em dor
Mágoa que exalta em vão
Que causa um feroz ardor
mortifico-me com as dúvidas arrecadadas em feiras de almas contrafeitas ao revelar as peripécias que escoriavam quando atravessava o mar ácido das peregrinações emocionais.
as pregações cavadas pelo medo têm cardos que a bravura escorraça dos trilhos ásperos que entopem o evangelho: são pregações argutas feitas à medida do homem grosseiro; são torniquetes de esperanças vertidas num oceano maculado.
as palavras destampam chilreios dispondo no horizonte uma natureza graciosa com os seus amplexos persuasivos que fazem do homem um esteta requintado.
nos meandros desta vida insolente há aqueles que expelem fogo pelas goelas subtraindo conceitos a outros que se posicionam nos recantos da harmonia.
O eloquente(mente),
Verdade que com(prometo).
Eterna(mente) quem eterna sente,
Para sempre é agora.
Indivisível matéria ou obra prima,
Miséria é vizinha de quem a sent(ia).
Poesia indefinida quando alguem a definia.
A dor é mentira quando ninguém escutava, ou(via).
onde se esmera a virtude há nuvens tonitruantes que flutuam sobre uma paisagem mundana; e há factos assentes na balaustrada do desejo requerendo as fráguas da erudição.
eu transporto uma flor que desmorona os afazeres organizados na prateleira dos engulhos: espevito-me entre as selvajarias habituais ao contrariar as parábolas que abrangem o caos e a demência.
Pára, escuta e sente.
Não olhes.
Olhar é cegar o coração....
É esquecer a alma.
É esquecer que se vive observando.
Observar é absorver o que se vê.
É unificar-se.
Fecha os olhos e sente.