Meditação

Reencarnação

REENCARNAÇÃO

Percorro as linhas da vida, em contagem decrescente
Como um foguete lançado na vastidão do universo
Vivo nesta escuridão carregado de culpa só e penitente
Morro e ressuscito, como uma força fluida no tema deste verso.

Raspando as entranhas do tempo, com a culpa que me domina
Num tempo sem horas, onde o pó da memória não pára de correr
Suave em mágica espiral, vaie-se amontoando em forma de colina
Esculpindo no destino, o percurso que me cumpre percorrer.

Invasão

Há dias que paramos no tempo e no topo da nossa reflexão achamos que nada faz sentido e o mundo parece que vai desabar.
O meu sonho foi invadido pelas águas passadas e o que mais marcou é aquilo que continua tão presente.
Esquecer? - não quero. Talvez uma forma mais leve de me libertar de uma angústia sufocante, talvez e uma incerteza me abandone e te traga ao meu pensamento pois o coração vive frágil demais.

Nada

Uso decrépitas palavras
Para expressar meu sentimentos novos.
Aquele a quem olhas,
Não é quem pensas
Não é quem presumes ser.
Quem és tu?
Me perguntam.
Não sei quem sou,
tampouco te interessa,
Só eu preciso saber quem sou.
O que fazes tu?
Sou um pensante,
apenas penso
Nada faço.
Nada tenho, nada abraço
Nada.

O melhor caminho

"O melhor caminho"

Não preciso que me digas qual o caminho!...
Sei perfeitamente onde pisar, apenas posso não saber quando pisar
e é esse o pormenor que faz toda a diferença.

Os meus pés seguem o compasso do coração
procurando não atropelar aqueles que se cruzam comigo...
Imagino que este seja um ponto fundamental em qualquer caminhada.

Bem sei que novos trilhos se abrem a todo o momento
mas a minha lucidez mantém a sua fidelidade, com o meu corpo,
com a minha alma, para ter discernimento nas encruzilhadas...

Espelho

Eu não vejo o que sinto

Mas sinto que vejo

Vejo um mundo sem guerras

Com flores dentro dos canhões

Vejo as crianças brincando

E sorrisos brotando, em nossos corações

Vejo as paixões ardentes

Queimando como fogo as gentes

Que vivem nestes sertões

Vejo os olhares agrestes

Que correm, sem rumo, inertes

Em busca das desilusões

Eu vejo uma arvore, em prantos, caindo

E o algoz sorrindo

Com a serra nas mãos

Eu vejo minha pele tremendo

E a ternura esmaecendo

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