as cantigas que espalhei pelos aziagos momentos da minha vida estão agora no tablado da solidão juntamente com a ternura que superintende o meu fadário à beira do colapso que o dramatiza.
jugulo este meu carpir através de reflexões que vinculam à alma os meus arrojados destemperos; que constrangem as minhas rotinas numa exaustiva viagem ao meu interior; que enfatizam um comportamento trepidante que eu verto na poesia.
observo os meus destemperos para depois inscrever na alma os clamores duma existência que diverge das receitas usuais porque bloqueia os sortilégios da morte e transfigura a poesia.
progrido contra a erudição das maiorias e contra as suas queixas formais que converto em meros desvarios no círculo do seu sofrimento; e aplaino a sua sensibilidade decadente através das minhas intuições criativas.
revogo cenários tétricos quando inicio uma jovial perseguição às minhas emoções sucumbidas; purifico os meus afazeres com as dádivas que retiro do eixo da minha inteligência; e transbordo de alegria quando forjo o meu destino neste ofício que me circunda.
forjo um plano de vida original quando incito os trejeitos da minha dor sublimada; quando agrego às minhas vicissitudes os ditames hodiernos que me qualificam; quando transbordo um júbilo consentâneo com o sopro enérgico das minhas utopias.
liberto fantasias que saltaricam de poça em poça até à minha redenção; até ao retomar dos horizontes perdidos na minha juventude; até ao paradigma vático que chameja quando difundo as minhas amarguras.
FIM DO MUNDO
dizer que:
não é o fim
quando o mundo
cessa
de ter princípio
ou intermezzo
de si mesmo...
então
é o fim do mundo
fora de si
a postura maldosa daqueles que deformam os sentidos do verbo amar para frustrarem os seus enleios ternurentos e cingirem a luta intermitente que ocorre nos sustentáculos da sua existência atormentada.
há cardos que eu fricciono nos momentos insípidos ou degenerados em que a misantropia me requisita para que as nocividades desta vida sejam bradadas para o túnel que vou escavando com lucidez.