Meditação

Eu criança

É sempre a mesma coisa, tudo tão igual, dia após dia.

Nesta transição de dia para a noite, felicidade para tristeza, constante rotação de efémeridades repetitivas, prolongo-me na sua monotonia relativamente fléxivel.

Provavelmente nunca serei aquilo que para mim tanto mereces.

Alguém que te leve a almoçar a Veneza, e a jantar em Paris.

Que te faça sentir mulher perante a plateia que incansávelmente tentamos impressionar.

As tuas necessidades saciadas com uma voracidade que não permite insatisfação, ou qualquer tipo de frustração.

UM MINUTO

              UM MINUTO

    Um minuto de silêncio,

        vale por mil dias.

O silêncio e a sabedoria são casados e

gera filhos quando estão com saúde.

A sabedoria e a prudência são irmãs,

Onde está uma, também está a outra.

   Há momentos que boca fechada...

        Não entra mosquito!

 

Autora: Madalena Cordeiro...

A verdadeira bonança

Não vás, nunca me deixes.

Se fores, leva-me contigo.

Se não me levares contigo, não me esqueças.

Se não voltares, se me esqueceres,

Serei comandante deste navio que navega pelo mar.

Enquanto a tempestade não me engolir resistirei firme agarrado ao leme.

A gritar o teu nome com tanta veemência quanto os trovões que ecoam pela noite.

Talvez com um empurrão do destino aliado a uma tão esporádica sorte, eu consiga sobreviver ao temporal que anunciava o meu fim.

Não voltes por dó

Hoje já não aguento,

Hoje já nem  comento.

Hoje já nem invento,

Quanto muito eu lamento.

 

Mas tenta por amor,

Não tentes por favor.

 

 

Desisto mas não quero,

Logo resisto a desistir.

De repente quando vejo o zero,

Tenho medo de partir.

 

Fui me embora sozinho,

Volto agora tão só.

Admito que magoa um bocadinho,

Mas não voltes por dó.

 

Gota

Gota que chove tristemente,

Chora num pranto isolado.

Molha as costas de tanta gente,

Que nem se sente a ser molhado.

 

Sopro de um vento sentido,

Quando te oiço a cantar.

É um ritmo que quando ouvido,

Amplia aquilo que sinto,

É a brisa onde vais voltar.

 

A terra húmida que já é lama,

Encaixa entre os meus dedos.

Numa frieza leviana,

Que este frio não me engana,

Quando lhe conto os meus segredos.

 

 

 

 

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