Sem Título II
Autor: Duarte Almeida Jorge on Saturday, 3 October 2015Frágeis onde sopra o vento,
Sopra num ritmo que as faz dançar.
Estendem-se pelo cimento,
Aquele que num passo lento
Vou pisando devagar.
Frágeis onde sopra o vento,
Sopra num ritmo que as faz dançar.
Estendem-se pelo cimento,
Aquele que num passo lento
Vou pisando devagar.
Samba Nº1
- Bem-te-vi!
- Sabiá!
- Juazeiro caiu!
- Juazeiro tombou!
- Caracará passou,
por cima do pé-de-cajá!
- No fundo daquela mata,
tem um cabôco mamadô!
obs. cabôco mamadô - onça com crias
Sérgio Accioly
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O RIO AGONIZANTE
Tuas águas não são como antes...
Teus peixes? Onde estão?
Morreram! Distante!
O Rio Agonizante...
Água contaminada!
Sem vida!
Fonte: nascente estuprada!
Tu és fogo, e eu sou água.
Juntos não podemos ser mais do que uma constante evaporação.
Uma evaporação que atinge o seu clímax na triste ironia de renascer em lágrimas.
Voo sem retorno
À tona d' água da ribeira límpida,
Esvoaça imprudente, a libelinha.
Asas de fina seda, de cor lívida,
Voa direta à teia...na folhinha.
E vê-se a delicada libelinha
Presa à teia ! Luta inútil, inglória.
E logo a astuta aranha adivinha,
Refeição garantida ...e vitória.
Chorai ó gente tão precoce morte
Deste belo ser, que embelezou
E deixou as asas...que a mim doou.
E seguiu a natureza sua sorte,
Ignorando o drama da pobrezinha !