Gerbera
Autor: Ana Flora de So... on Wednesday, 26 February 2014
Porque choras, flor?
Onde estão as abelhas
Porque choras, flor?
Onde estão as abelhas
Bela natureza
Ò bela natureza
que, sempre acordas
com alegria e beleza
em todas as auroras.
Te machucam
te pisam
te cortam
te nao olham.
Às vezes, te amar ignoram
te levantar, nao foram
te acarinhar nao sentiram
te falar, nao aprenderam.
Choras-te
mas, nao magoas-te
só, o bem semeas-te
a todos de igual amas-te.
Com carinho
a todos recebes
sempre sorrindo
por vales e sebes.
Andorinha
31/08/2013
Calorzinho bom.
Cai neve lá fora sinto-me encurralada
Se o tempo não melhora, não posso sair, não posso fazer nada
Resta-me pegar no livro que á muito esqueci
Olhando através do vidro que com o meu calor humedeci
O tempo está passando, está frio lá fora
A neve que teima em cair, cai a toda a hora
Continuo lendo o meu livro, desviando o meu olhar
Para ver a neve cair, e a rua com ela se cobrir
Desfolhando cada página que me leva a sonhar
Um novo pensamento a cada leitura
Uma história que me faz sorrir
Supera esta inquietude um sopro repentino. Semelhante a uma brisa que corre pela tarde desvanecida em céu de tons mistos. Sabe a inverno e neste se faz sentir o conforto do interior. Pela noite fora e até a madrugada chegar à porta, limpam-se os pés molhados no tapete junto à porta das traseiras. Esta entra sem cerimónias e senta-se ali no sofá de canto, aconchegando os pés de seda sem esquecimento das lágrimas que agora secam sem piedade.
As luzes da cidade anunciam
O inverno está chegando
E no céu as estrelas esmaecem
Com medo da escuridão.
Tudo que eu queria era ver aquela estrela
Que perto da lua brilhava
E logo esvoaçava
Na infnita imensidão dos seus olhos.
E o som do mar, o som do vento, de nós
Perdeu força
Para o som dos motores
Para o som dos tiros.
Tudo que eu queria era ouvir aquela música
Que diz que o amor
É coisa para profissional.
E as arvores, serenas e nobres
caíram
O vento no rosto, sol no ocaso.
A última fruta daquela arvore
As abelhas voam em ziguezague
Lá no fundo dois gaviões
As nuvens escoam sem pressa pelo céu azul
O lindo céu azul
Maculado pelo crepúsculo
Como um coração que sangra
Ao ver a partida do seu amor
O sol desaparece paulatinamente
O céu chora e suas lágrimas são brilhantes
Aflora sentimentos, materializa desejos.
Prantos se dissolvem, nascem sorrisos.
Alivia dores, inspira poetas.