Natureza

AMAZÔNIA PEDE SOCORRO

AMAZÔNIA PEDE SOCORRO

Madalena Cordeiro

Sou Natureza mas, não humana. Sou Amazônia, "País dos animais".

Porque você vem aqui, se não for para admirar a minha beleza? Por quê?

Você vem com uma serra do mal e derruba as minhas árvores?

Os meus animais ficam assustados, desalojados... Por quê?

 Eu sou Amazônia, mãe de família, os meus pulmões, coração e os demais orgãos trabalham pelo Brasil.

Você sabia? Que eu tenho o orifício também? Sim! Aquele que é necessário e que só faz merda.

Desculpe-me a expressão!

Mas, é verdade.

OBAOBA DO SENEGAL

O baobá no Senegal
 
É a grande árvore maternal
de corpulência de matrona,
de dar sombra embora incapaz
(pois o ano todo vai sem folhas)
pela bacia de matriarca,
pelas portinarianas coxas,
pela umidade que sugere
sua carnadura (aliás seca e oca),
vem dela um convite de abraço,
vem dela a efusão calorosa
que vem das criadoras de raça
e das senzalas sem história. 
( J. CABRAL MELO NETO)

CEARÁ

Sonoplastia dos cavalos dos deuses produzidas por uma banda de música agreste monolíticas paisagens compõem cenários por essa trilha por esse caminho a dentro arbustos ao meu lado, pedras galhos secos foi o tempo o vento que escupiu em escala quase musicas foi a poesia musica do zumbido do ar nas penas do carcará O balanço oculto do terremoto mexeu o duro cristalino Alicerces de sapatas gigantes, pousou de pé na pedra um leve bem-te-vi Que violou em rompante um pequeno sossego Umbuzeiros e cipós amarelados em harmonia, um anu alma de gato canta No silencio do chão de cascalho.

BALANÇO DO MAR

Balanço Do Mar

Um poeta me ensinou a cantar com rimas benditas ,um balanço para lá e para cá Parecia um balanço de rede embaixo de um belo luar Um poeta me ensinou a remar Com a força do calcanhar empurrou barco a dentro para o mar de letras escalonar De belezas inaturas sobre o amor e suas desventuras o poeta me ensinou a remar.

ROSAS NEVADAS

ROSAS NEVADAS1

 

Tenho uma roseira em flor,

De lindas rosas nevadas,

Parecem beijos d’amor,

Roubados às namoradas.

 

O vento passa por elas,

Remoendo seu ciúme,

E demora-se, só pra vê-las,

Que elas não dão perfume.

 

O vento, extasiado,

Segreda-lhes, não sei o quê,

E fica enamorado,

Confiar

Confiar 

Amar sem reclamar

O Amor que é para dar

Querer viver e aprender

A cada dia 

A cada amanhecer

Resgatar o poder 

E Alma ser

Cumprir dever

Olhar o querer

Confiar e abalar

A onda do mar

Sexto sentido

Destemido

Numa voz perfeita

que espreita

E no peito se deita.

Colhe a semente

que no inverno deita

na primavera enfeita.

Puro prazer de ser

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