Natureza

VERÃO VERANEIO

 

 

i.                                                                                                                                                               

se outrora o verão

fosse anfitrião deste tempo

e se houvesse um mínimo

de acalanto e  mimo

decerto não seria coadjuvante

 

ii.

seria protagonista

[com êxito e alento]

do plácido encanto da paisagem

que instaurou o disperso sereno

antes que se condensasse  

sobre folhas improváveis

 

iii.

AMAZÔNIA PEDE SOCORRO

AMAZÔNIA PEDE SOCORRO

Madalena Cordeiro

Sou Natureza mas, não humana. Sou Amazônia, "País dos animais".

Porque você vem aqui, se não for para admirar a minha beleza? Por quê?

Você vem com uma serra do mal e derruba as minhas árvores?

Os meus animais ficam assustados, desalojados... Por quê?

 Eu sou Amazônia, mãe de família, os meus pulmões, coração e os demais orgãos trabalham pelo Brasil.

Você sabia? Que eu tenho o orifício também? Sim! Aquele que é necessário e que só faz merda.

Desculpe-me a expressão!

Mas, é verdade.

OBAOBA DO SENEGAL

O baobá no Senegal
 
É a grande árvore maternal
de corpulência de matrona,
de dar sombra embora incapaz
(pois o ano todo vai sem folhas)
pela bacia de matriarca,
pelas portinarianas coxas,
pela umidade que sugere
sua carnadura (aliás seca e oca),
vem dela um convite de abraço,
vem dela a efusão calorosa
que vem das criadoras de raça
e das senzalas sem história. 
( J. CABRAL MELO NETO)

CEARÁ

Sonoplastia dos cavalos dos deuses produzidas por uma banda de música agreste monolíticas paisagens compõem cenários por essa trilha por esse caminho a dentro arbustos ao meu lado, pedras galhos secos foi o tempo o vento que escupiu em escala quase musicas foi a poesia musica do zumbido do ar nas penas do carcará O balanço oculto do terremoto mexeu o duro cristalino Alicerces de sapatas gigantes, pousou de pé na pedra um leve bem-te-vi Que violou em rompante um pequeno sossego Umbuzeiros e cipós amarelados em harmonia, um anu alma de gato canta No silencio do chão de cascalho.

BALANÇO DO MAR

Balanço Do Mar

Um poeta me ensinou a cantar com rimas benditas ,um balanço para lá e para cá Parecia um balanço de rede embaixo de um belo luar Um poeta me ensinou a remar Com a força do calcanhar empurrou barco a dentro para o mar de letras escalonar De belezas inaturas sobre o amor e suas desventuras o poeta me ensinou a remar.

Pages