Pensamento

Manifestação

Para que a “última” manifestação interior seja – ainda mais – verdadeiramente sentida, é preciso primeiro deixar-se ser parte essencial em algo que o faça. E sinto que, que o quê o faz, sejam também floreios evaporados através duma boa dose. Eu, que quando sou só nada, ainda persisto completo; preenchido. Completo, porém, sei que sou, quando dentro das estrelinhas derramadas nas luzes, e conhecendo isso, nada, porém, sinto não ser, pois me vejo sendo mais a cerca das minhas emoções alteradas; violentadas; desvirginadas; impuras; imprudentes; incertas.

Eu sempre corro

Corro, corro
Eu careço correr
Lanço-me neste chão
Minha armadura
Aos meus pés
Neste chão, nessa terra
Crio-me nas esquinas
Deste desconhecido
Vôo de mãos dadas
Com a minha solidão
Guio meus pés, meu corpo
Levo minhas angústias
Trago meus medos
Escondo minhas tristezas
Corro, corro
Eu careço correr
Da terra, da mata, do nada
E os seus meus
E nos seus breus
Lanço, corro, vou...
Vôo. Vôo alto, sem direção acertada
Ao meu lar, ao abismo nas estrelas

Oração a Cesar

Cubra-me
Cubra-me contigo
Faz-me sólido
Eu que peco aos meus
Os meus desacertos, os meus desmazelos
Acolha-me, acolha-me
Às suas feridas senhor
Desce sobre meu pecar
E me faz forte
Desce sobre minhas chagas e me faz vigoroso
Desce sobre mim
Minh’alma és completa para ti
Querido Deus
Permita-se em mim
Deixe-se em mim
Moras em mim
Quebranta minhas dores
Afoga minhas tristezas
Desfaz os meus males
Moras em mim
Faz-se em mim sua completude, seu amor, sua paz.

Libertem o Menino

Libertem o menino

Talvez seja possível libertar o menino sem ele se magoar.

Se a sua imaginação o levar onde ele precisa de estar, talvez ele consiga encontrar o lugar que lhe faz bem. O lugar que lhe permita sorrir e chorar, subir e descer.

Pouco a pouco talvez ele consiga percorrer o caminho e chegar cada vez mais alto até chegar à sua casa.

Essa casa chama-se vocação, vida, tristeza e felicidade…

MS

17:10

Melancolia

Melancolia

 

É muito lindo, o tilintar das folhas

É a sonoplastia nesse silêncio

Nesse vazio constante

São lindas, as nuvens e o céu

São o cenário para a queimada dos órgãos e ossos

É lindo observar os detalhes do mundo

Em meio ao caos interno, vê-se a beleza no externo

A reciprocidade não existe, ou você nunca deu o suficiente para receber de volta

Vontade nunca ficou tão afastada

Ainda é lindo o canto dos pássaros

Mas o amor corrói toda a sua alma

A natureza é sua sensibilidade

Folia que não para

Folia que não para

 

O coração tá disparado

Ele enlouquece, ele grita

Conta cada segundo pro perigo

Imagina um futuro pra cada resposta

O relógio não para

 

O coração tá disparado

E o medo surge de tudo

A contagem pro pesadelo nunca para

O pessimismo mancha cada sonho e desejo

E o relógio não para

 

O coração tá disparado de novo

E eu me pergunto: será que é o repetir que eu preciso?

Ou eu continuo lutando pelo sim?

O sim se torna utopia e o não segura o coração

Sobre ansiedade acho

Sobre ansiedade acho...

 

Esse texto começou pelo meio, nunca foi possível começar algo pelo início

Quando a caneta está posicionada na mão, a mente já está colocando o ponto final no capítulo

Mas não dá pra se organizar isso

É sempre muito barulho

Presa no silêncio, ela nunca para de funcionar, de criar, de pensar.

É a presença mais solitária estar consigo mesma

Ela grita e ela explode

Ela inventa uma nova vida

Ela esboça os personagens em pessoas que eu amo

Pensɑmentos de umɑ mente insɑnɑ.

Somos jogados de um lado pro outro 

Em meio ao turbilhão de incertezas que é viver, 

Nossas cabeças nos bombardeiam com 1000 possibilidades de picuinhas inúteis por dia

Vivemos nesse constante estresse

Sempre por perto de trasbordar a margem da loucura

Estamos ficando absurdamente loucos 

Birutas da cuca 

Vivendo nossos dias

Sentados com a bunda no sofá

Lamentando do passado  

E ainda por cima 

Fazemos pouca coisa e não mudamos nada 

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