Prosa Poética

Tempestade...

Tempestade...

As gaivotas anunciam...há tempestade no mar.

Porque te aproximas?!

Porque desafias os teus instintos!..

Porque tentas ser irreal?!

Eu sei que a vida é curta, que às vezes fazer asneiras parece normal!

Mas será que a vida precisa desses desafios?

Precisamos contrariar o bem para saber o que é o mal?

Não, não vás por aí.

Procura o teu caminho...sente-o.

Escuta os sinais que são vitais...

Não, não somos apenas animais...

Somos racionais e precisamos de ler nas entrelinhas e pensar bem mais além.

Precisamos saber que se fizermos sofrer os outros, viremos nós a sofrer bem mais.

Que mais precisas de ti?

Que ilações queres tu tirar?

Não sabes, que se muito te aproximares a vida te poderão roubar?!

AC

Passo a passo

Passo a cidade
 
a pente fino
 
rebusco nas ruas
 
o rumo das direcções
 
antes proíbidas
 
transito todos os semáforos
 
ao longo da via com
 
sentido único
 
 
– Enterro na lápide do tempo
 
todas as esperanças
 
possuídas na dimensão
 
de uma clemência fortuíta
 

Num ápice

Degostei a tempo
 
todas as rimas
 
entre solenes versos
 
alucinados
 
tranquei tuas brisas
 
errantes entre portas
 
franqueadas e saciadas de solidão
 
 
– Deportei o tempo
 
num ápice
 
amarrotei a miséria esquecida
 
num mar de decepções
 
rumo ao poente onde
 

Oceanidade

Sejam benditos
 
teus tons em instrumentais
 
vozes de mestria
 
reflictam nossos corações
 
todo poente musicado
 
em canções sem palavras
 
rimem os compassos ternos
 
proclamando a gentileza dos
 
teus suaves acordes
 
resgatando nossas liberdades
 
na completa redenção
 

Com vista sobre o mar

– Conto desembarcar
 
ali onde domesticamos
 
os portos de abrigo
 
noivando eternamente
 
tanta formosura demarcada
 
em ondas assediadas de amor
 
com vista sobre o mar
 
 
– Se há belezas
 
então demarquem
 
este tempo com fulgores
 
inesquecíveis
 
transitem entre nós
 

Estes Caminhos...

Por estes caminhos
 
sigo o dia inteiro
 
aguerrido expurgando de vida
 
meu desânimo escondido entre
 
tantos lamentos consumidos
 
sem tréguas em demasia
 
 
Por estes caminhos
 
sigo colhendo toda
 
surpresa inusitada
 
concedida e cuidada
 
neste edifício onde reerguemos
 

Indo nos ventos...

– Indo nos ventos
 
recolho furtivo teus incertos
 
beijos mesmo ali à beirinha
 
onde me deixaste proscrito
 
na rota apetecível dos sorrisos
 
despidos em escadaria
 
em travessias
 
pelo tempo que resta
 
onde por fim me liberto
 
e o mar
 
regurgitando minha poesia
 

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