Prosa Poética

Existências...

Existe toda a beleza
 
que depura a vida
 
regorgita até minha poesia
 
que fareja longânime todas
 
as angustias 
 
assim tristes
solitárias
únicas
descartadas na penúria do tempo
 
 
 
Existe a declaração de amor
 
estampada neste inesperado verso
 
assim como respiro a rima
 

Instruções para ser Feliz

Instruções para ser Feliz.

 

Felicite-se. Agrade-se. Faça as coisas que mais gosta. Invista tudo nesta aposta. Renove a Vida. Lembre-se que é o Bem mais precioso que possui. Intensifique-A. liberte-se das ações mesquinhas. Siga a via do seu coração. SIM. Siga a vossa intuição. Ame e Ame-se. Lembre-se dos versos do poeta que diz “todo amor vale a pena, se a alma não é pequena”. ORE. Recorde-se que o Mestre ensinou na oração que o Amor é a mais importante lição, a se aprender. Ame nas diferentes formas: Eros, Ágape e Filo. Faça do Amor a sua norma, de viver.

Levanta-te. Suavize seu cotidiano. Mude hábitos. Lembra-se daquele sonho ou ideal arquivado. Execute-o. A hora é agora. O tempo não para. Realize-o. Fundamente vossas crenças. Use a vossa ciência. Sua ação é indispensável e faz toda a diferença, na arte de existir. Tenha plena certeza da vitória adquirida. A Fé nunca falha e ainda deixa bela a Vida. Igual a uma criança, mantenha acesa a centelha da esperança. Resgate o belo, o lúdico, o mágico, e o lado poético da Vida. Poetize-se. Intensifique-se. Acredite em você. Creia na felicidade. Descomplique. A Vida é simplicidade. Invista tudo nesta aposta. Faça as coisas que mais gosta. Agrade-se. Felicite-se.

Os passos...os acasos...

por fim o dia nasceu
e deu lugar
ao mesmo sol
da branda manhã
iluminando fiel a escuridão
dos outros dias dispersos
 
e até a esperança dos nossos sonhos
retornar seguiremos felizes
até a terna ilusão por fim chegar,
quando nada pra mim pedi
porque afinal de ti sempre medi
os passos os acasos
as tréguas
que nunca ficaram pra depois
estão entre sóis,
tantos luares 

Aconchegado

Era toda minha
esta felicidade incrível
restando-me contemplar-te
impassível na grandeza
do teu sim
mascarado em breves tons de jasmim
e aí foi quando me aconcheguei
nos braços teus
e dei por mim perdido assim
 
fitando impávido da janela
os pingos da chuva cair
doarei à pele o súbito
e vadio poente
que baniste dos nossos sonhos
 
e ao bramir de cada canto

Superação

Livrei-me de tudo o era saudável
 
arrastei-me doente, carente
impotente no vazio dos grandes
planos que ficaram por concretizar
derrubaram-me a autenticidade
clamei voraz com todos
 
os gritos da voz doendo
além do que a dor suporta
 
atormentam-me as horas vagas…vazias
puro egoísmo cancerígeno
sei lá, amigo meu
apetece-me ir embora
esvaziar-me do passado

Tempo interminável

A minha promessa é poesia com dores,
 
grávida de desejos
 
suspensa num cálice adocicado pelas tuas lágrimas
 
eternamente grato pela história que hoje escrevemos num livro
 
palmilhado de sabores e saberes,
 
vitórias e derrotas precipitadas na orla de um queixume
 
sempre alimentadas sempre amadas,sempre nossas…
 
entre tu e eu, neste tempo fugaz e implacável
 

Brincar de Viver

Aprendemos a brincar de “vida” muito cedo. Tudo começa com o primeiro “não”. Choramos, apelamos; imploramos aos deuses maiores a volta do mundo perdido. Não tem volta. Nascemos. A partir desse ponto somos obrigados a brincar de viver. Regras, deveres, uniformes, horários, cálculos, Sobotta, tese de doutorado! As brincadeiras ficam cada vez mais sérias. Depois vêm as recompensas: Casa grande, carro do ano, família, passeios de finais de semana, whisky triplamente filtrado! Um brinde a todos nós que nunca aprenderemos a brincar.

Flutuando

 
 
Evapora-se o olfato pela noite
 
quebrantada na paisagem perfumada
 
dos teus olhos
 
espalham-se consoladas as labaredas
 
trémulas que inundam a fogueira dos nossos amores
 
quando restam no tempo a fartura constante
 
no seio dilacerado nos nossos beijos
 
no hálito fresco de cada madrugada
 

Um resto de alívio

Um resto de alívio
 
 
Perdi meu júbilo
 
num pranto de horas sem cadências
 
nem distâncias tragadas
 
na lonjura das noites sepultadas em mim
 
 
Brado meu desespero em prenúncios e medos
 
sem revezes nem descansos
 
apenas eu…acudindo-me sôfrego
 
na dor que meu coração enluta
 
 
Conduz-me plácido

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