Prosa Poética
Ressuscita-me o silêncio
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 9 November 2022
para sempre Gal
Entre complacentes murmúrios o tempo crepita flamejante e altruísta
Encurva-se saudando a manhã que desperta tão saudosa e reformista
Ressuscita-me este silêncio incrustado no parapeito das preces imprevistas
Qual bálsamo transcendente duas brisas perfumam essa voz tão pacifista
Na infinita metamorfose de luz fecunda-se um adeus sereno e coreografista
Assim se apascenta cada hora esvoaçando algemada a um sussurro calculista
Nas profundezas de um instante
Autor: Frederico De Castro on Friday, 4 November 2022
No vasto abismo de silêncios hibernam sussurros tão prolépticos
São como latidos de um eco tão irreverentemente esquiço e epilético
O defenestrar de cada gota oceânica fluindo no algeroz dos uivos herméticos
Num instante cada instante colapsa incógnito efémero e complacente
Açucara a tempestade de palavras tão intemporais e prepotentes
Desenha o periélio de cumplicidades amarando entre maresias reverentes
Frederico de Castro
A transitoriedade dos silêncios
Autor: Frederico De Castro on Friday, 28 October 2022desertos
Autor: Pericles Moreir... on Thursday, 27 October 2022
Santos Dumont
Autor: Pericles Moreir... on Thursday, 27 October 2022
andanças suburbanas
Autor: Pericles Moreir... on Wednesday, 26 October 2022
ANDANÇAS SUBURBANAS
Luiz Silva
(...)
Sessenta e nove chegou,
Nos mudamos novamente,
Para o bairro Bela vista
(Guardo tudo aqui na mente),
A casa na Humberto Monte,
Érico Mota de frente.
(...)
Foi numa noite de julho
Que Papai nos avisou:
"Vou à casa de um amigo
Ver o que se anunciou -
O homem vai chegar à Lua!"
Papai foi, não me levou!
Na época estava no auge
um quarto de tempo
Autor: Pericles Moreir... on Wednesday, 26 October 2022
Um quarto de tempo
Uma porta de madeira maciça flutua entre meu quarto e a cidade
Sobre o vão vejo a ponte, ponte que divide meu quarto e a cidade
Quatro grandes dobradiças de bronze move a porta
Uma faz som de dor outra de amor as outra duas se dobram apenas
Prefiro fechá-la e fugir do tumulto desta cidade furtiva
A porta me trava como um cofre, mesmo assim esculto um som distante de um carro que corre alucinado seu som varre quilômetros
o mar no feriado
Autor: Pericles Moreir... on Wednesday, 26 October 2022
O mar no feriado
O Mar grande democrático é compartilhado por pessoas e peixes
Não nos deixa sem panorama, muito espaço para lançar o olhar
Essa linha do horizonte me chama, parece teste de visão
sol e mar e meus olhos salgados em vermelhos vinhos e lagar
As pessoas correm seminuas aproveitando o tempo do feriado
correm e brincam, essa sensação que as águas são minhas
e que nunca vão secar perpetua a vida.