Prosa Poética

Sismos de silêncio

O Amor é inquietude do silêncio

em pleno voo que diz: não adormeças nunca,

sou o Tempo Puro,

a certeza das moléculas de fogo vermelho

que correm mais dentro que o sangue.

 

Todos os meandros do fogo com seus

sismos de silêncio ensinam a florir,

até os dedos de água que passam no vácuo

banham – se no fogo.

 

Hoje Amor,

digo - te  que a paixão são ondas efémeras,

sísmicas do silêncio,

Temperatura do Silêncio

Temperatura do Silêncio

 

Sangro no beijo todo outro nada,

Outro tanto em nada é Tudo.

Somos vento em tempestade de corpos quentes,

onde o teu silêncio põe temperatura.

 

Sopramos desde do fundo ao sopro da montanha,

os rios quebram o seu curso de água e

novos símbolos de incêndio sangram nos lábios.

Sei que foges contra a noite para melhor dormir,

mas,

Ternurinha

 Ternurinha__Iétiiiii!

Agora eu, tenho uma casa novaaaaa!

Só a tua que é velha agora!

eu__Estou feliz por você princesa!

Ter_Tá feliz Iéti?

Porque não compra uma casa nova pra você? 

eu__Eu gosto da minha casa, princesa!

Minha casa tem quintal grande...

posso brincar.

Ter__Hummm...Brincar...

Lá no apartamento ,só posso brincar no quarto!

Ter__Será que um dia minha casa vai crescer Iéti?

No coração do deserto

Ouves o meu uivar de lobos?

Despe as memorias do silêncio,

agita o fogo que  acende os corpos de pele  nua,

aproxima a noite estreita e perde o rumo.

 

Sou a boca no coração do deserto, onde

por fim faz sol,

eu recomeço em quase ou talvez,

onde o grito do excesso perdura.

 

Continuas a ouvir o meu uivar de lobos?

Tacteia o espírito maduro,

crê no fermento ofegante deste Amor,

O Amor ensina a não morrer.

O Amor ensina a não morrer.

 

Amas-me?

Eu amo-te. Não morres nunca.

Foste tu Amor, após a persistente dor, que me amas-te.

Hoje eu não  morro.

 

Somos as línguas da carícia,

os ramos mais altos de nós,

o fim do Ar,

a chuva dos rios e da colina,

tudo no Amor.

 

Vem Amor, dorme-me,

a minha casa é tua,

também a pele e as suas páginas,

O despertar do verbo Amar

O despertar do verbo Amar

 

Persigo em mim, o despertar do verbo amar

em  poema que desfaz duas paredes,

 para construir uma fonte.

 

Em mim, despe-me e demora uma eternidade,

desenha-me defronte,

descobre-me a menina e faz-me mulher

prometendo amar o que só pode viver para sempre.

 

Fecho os olhos para ver a demora e

o regresso do tempo desperta a nostalgia

do silêncio afirmativo,

Devaneios da Mente

Primeiro a tua mão sobre o meu seio,

depois o roçar do joelho,

e o ventre mais à frente é a tua maré.

 

Então já a maré subiu de vez,

agora a mão já impõe,

já não embala, mas,

o beijo é a onda,

onde a boca exige:

o querer mais sal,

mais quente, e

já não há mais gesto que se invente.

 

Afagos de Amor e nudez,

somos a maré alta de quem ama,

por fim, a ternura,

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