SERPENTE ANGEL// É UMA LITERATURA NÃO RECOMENDADA...
Autor: Serpente Angel on Sunday, 7 April 2013
SERPENTE ANGEL//
É UMA LITERATURA NÃO RECOMENDADA...
SERPENTE ANGEL//
É UMA LITERATURA NÃO RECOMENDADA...
Ressoa o bardo solitário do jovem pela manhã: Felicidade! Felicidade!
Suas mãos evocam o desejo – Felicidade!
O véu branco estirado no colchão dá lugar aos dois. Um incita o desejo do outro – Felina! Felina!
O pêndulo de Schopenhauer que gravita entre a vontade e o tédio agora repousa. Não podem estar juntos. Mas as paredes impedem os pensamentos saírem de lá. Deitam-se e cada corpo saboreia um ao outro. É proibido falar – Feminina... Feminina...
São todas uma só.
AS TARDES COM MARIA
Só quero seguir teus passos
quando vejo que caminhas pela praia de Copacabana.
Gosto de ver as pegadas que deixas sobre a areia
e ver como o sol desenha a sombra de teu corpo sobre a areia.
Parece que as ondas do mar também querem beijar teus pés.
Então, para não perder-te, eu grito teu nome ao vento:
- Maria! Maria!
E você me vê a correr pela praia de Copacabana,
seguindo tuas pegadas que as ondas do mar já esconde.
E para não perder-me, gritas meu nome ao vento:
- João! João!
Um toque de seus dedos no tambor detona todos os sons e inicia a nova
harmonia.
Um passo seu é o levante de novos homens e sua marcha.
Sua cabeça se vira: o novo amor! Sua cabeça se volta, — o novo amor!
“Mude nossa sorte, livre-se das pestes, a começar pelo tempo”, cantam essas
crianças. “Não importa onde, eleve a substância de nossas fortunas e desejos”,
lhe imploram.
O sempre chegando, indo a todo canto.
INUNDA DE LÁGRIMAS O MEU COLO.
DEIXA QUE A MINHA PELE,
TE AVELUDE ESTE LUTO,
COMO UM BÁLSAMO.
Texto de Mirandulina
1
Quando a ilusão vence o desassossego e o ânimo supera qualquer dor, num evadir da realidade inconexa, surgem fragmentos de resistência.
Atrevimento tempestuoso ao enfrentar do espelho que teima em sugerir a limpidez do mundo, esplêndida de cor.
2
Ladrilho de afectos
Emaranhados
Numa rua com sentido
Único.
Se entrechocam em vozes
Despegadas nas insignificâncias.
Dívidas humildes de vida
Em neutralização da paciência.
Espumado amor de navegação a bom porto.
Inquietude cristalina com sonhos aninhados nas ondas e transparências instaladas em nuas flutuações.
Vinculação sem dúvidas, entrecortada com as convulsões da incredulidade.
Consentir de vida, pré-natal, privado de raciocínio.
Indizível sentimento, ora bordado de ideal, ora convertido em fogo de artifício.
Suadouro da paixão e da desorientação onde emoções, sem calendário, que se entrechocam na fervência visceral.
Poltrona do consolo. Edifício privilegiado, no seio de periferias dispersas como mosaicos.
TODOS LHE DISSERAM QUE ERA UMA DECISÃO INSENSATA PORQUE NÃO HAVIA DÚVIDA ALGUMA DE QUE AQUELA ATITUDE ESTAVA LIGADA AO PASSADO.
QUE DISPARATE! É HORA DE ESCANCARAR TODA A EMOÇÃO!
FOGUETES ENCANTAM-LHE OS OLHOS COMO VIAGENS RESPLANDECENTES DE MARAVILHOSO. TINHA ESPERADO A VIDA INTEIRA.
POR FIM CHEGARA DE UM PERCURSO TODO SALPICADO DE ESPINHOS. UMA ENORME ESTRADA PARECIA ESTENDER-SE, NUM DESCANSO VIVAZ, VIDA FORA.
A CABEÇA SUBIA ATÉ À LUA E MAREAVA-SE ENTRE ESTRELAS, NUMA PRATA TÃO COMOVEDORA COMO ACESA.