Prosa Poética

Entre as mãos...o silêncio

Um anárquico murmúrio dessedenta a luz da manhã que renasce
Tão altiva, tão absurdamente compassiva, mui anónima e tão viva
Sorve do tempo um madrigal eco que se esboroa numa prece altiva
 
Entre as mãos…o silêncio reflete-se num reflexivo sorriso bem hidratado
Faz até chorar e corar de prazer um lamento esquivo gemendo manietado
Faz cócegas à alma algemada a cada cardíaco prazer felino e enamorado
 
Entre as mãos…o silêncio escorre pelas artérias da ilusão quase ardilosa

De volta

Dia 616. Estou de de volta ao fundo. Ao precipício onde caí depois de me empurrares. A sordidez da vida assoberba-me de uma forma que não consigo controlar. De fundo, acompanham-me ritmos e musicalidades que me acorrentam ao chão. Não sei como vim aqui parar e não sei como vou sair. Espero por alguém que me salve ou estou condenado ao fracasso? Cada avião que por mim passa que faz surgir uma certa vontade de agitar os braços e gritar, mas a falta de vontade e a auto descrença contrariam-no. Continuo preso, muitas vezes com a ilusão de que sou livre. 

Despojos de anjo.

No criar, entrei no aprender,

Anjo? Que poderei ser.

Anjo, nem pensar,

Preciso muito amor,

para de branco me poder vestir.

Ser anjo é a prosa, o poema,

letra, simples poetizar.

Entrando em interior,

Apenas os ANJOS só sabem ensinar amor.

 

Vindo da essência, plantando a flor,

sente o anjo,

no seu mais lindo esplendor.

Anjo divino.

Contemplador.

Moras sempre junto,

de Jesus, nosso senhor.

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