Prosa Poética

" Fado da Vida "

"[...] calço os saltos altos

e saio para a rua

numa noite escura, fria

Tenho por companhia

a solidão, minha amiga.

Despida de preconceito

mais a sorte esquiva

com quem me cruzo na via.

Debato-me com a tristeza

num beco sem saída

falando com pedras da calçada

duras, soltas

que cobrem o passeio

da esquina.

Reviro-me com o que me aprisiona

Ingratidão, agonia

que me deixa acorrentada

e me faz tropeçar nos buracos

de uma rua sem nome.

E me vejo perdida

A Rosa com Aroma de Outras Flores

Eu sou a sombra de um passado desconhecido

Eu sou o fantasma de carne e osso

Eu sou a esperança que nunca chega

 

Minha imagem não sou eu

E esse eu que não vejo

Que paralelo a mim consegue me cruzar

Diz coisas sobre mim que me apavoram

Tento mantê-lo longe

Sem perdê-lo de vista

Pois um dia desses

Esse eu não eu

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