Prosa Poética

Adágio matinal

Além dos meus silêncios reside
 
um tempo habitando as noites
 
onde calço cada lágrima se espezinhando
 
solitária pelas calçadas da vida
 
pavimentando os pensamentos
 
algemados no hospício
 
dos meus poros em velamento
 
 
- Deixei de seguir a existência
 
das coisas banais…absoletas
 
Resgatei somente e elasticidade
 

Minutos famintos

O que faço das palavras senão a
 
minha arma perpetrando-te
 
como as ciladas que invento
 
ao alimentar a inspiração
 
faminta em cada momento
 
 
 
- Que faço dos meus versos
 
senão as pontes tangenciais
 
onde unimos as margens do
 
silêncio
 
reencontrando-nos a bordo de cada
 

Arabesco

Descalça-te na leveza
 
de um passo deslumbrante
 
Recita-me versos que espantem
 
as brumas da noite
 
assim desmaie o ofuscante
 
silêncio desenhado no arabesco
 
verso bailando-te tão
 
gratificante
 
 
Vestirei teu olhar bordado
 
no cachecol do tempo
 
traficante
 

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