Soneto

SENTI-ME UM DEUS

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Nestes catorze versos criei lume,
Com palavras nascidas de um acaso;
Cada palavra viva é mais que um caso:
É uma flor que inebria com perfume.

Nestes versos criei intensidade,
Na folha de papel nua, sem cor...
Para ser alegria ou até dor,
Todo o momento tem uma verdade.

Sem as palavras, não existem versos;
Sem os versos, não brilham sentimentos
Nos peitos solitários e dispersos...

Amor e Desejo


Que sensual ternura nessa tua voz existe,
Que mal a oiço em mil delícias me afundo?
Porquê que a vontade de um beijo não resiste,
Quando olho dentro dos teus olhos bem no fundo?


Que sinuosas curvas nesse teu corpo esculpiste,
Que ao vê-las de carnal prazer todo me inundo?
Porque é que a tua ausência é um pranto que persiste,
E mal te vejo vibro... deusa, serás tu deste mundo?

MINHA VIDA EM VERSOS

MINHA VIDA EM VERSOS

Como ondas do mar às vezes sem lugar
Destravada e com trejeito rezo meu terço
Vim do sertão e dos matagais sem berço
De bem com meu canto, credo e tradições

Nas minhas genéticas obscuras sem conexão
De professor adotei a vida informal
Através dos cantos e das almas sofridas
Dos louvores e das labutas de vida.

Nas minhas andanças de tempo criança
Da vida extinta sem abraço e sem afago
Solta no mundo vivendo o perigo dos náufragos

SAUDADES

SAUDADES !!!

Saudade me atordoa, tira-me o sono.
Minha cama viaja num voo solitário
Provoca meu corpo entre os lençóis
E abraça meu travesseiro sedentário

Olho o tempo sem espaço para nós
Entristeço-me pelo abandono sofrido
Meu coração cansado e desfalecido
Isolou-se neste estupefato interdito

Há quanto tempo não te tenho!
Meu corpo inerte, já sem equilíbrio.
Despenca neste precipício abusivo

PRAZER

PRAZER

Esta voz que chega devagar
Para me atentar , me enlouquecer
De mansinho chegam aos meus ouvidos
Diz coisas que me deixam em perigo

Sem forças me entrego ao seu abrigo
Fecho os olhos ,me deleito com seu riso
Amor bendito que me deixa sem sentido
Espairece minha mente neste paraíso.

Nossas vestes se espalham pelo chão
Nossos corpos se entregam ao prazer
Bendizendo gosto doce,em nosso amanhecer.

CRUZ

CRUZ

Cruz que carrego em minhas navegações
Atordoam meus neurônios, exaustam-me.
São fatos que a vida me deu de presente
Despejou em meu ser este sofrido aposento

Solidão me maltrata nesta conjunção errada
Tira de mim o abraço do amor desejado
Coroa minha cabeça num presente tão amargo
Deitam-me em leito por mim renegado

Cruz dos meus dias vividos, rastejados.
Uma bola de neve sem contagem regressiva
Que dançam sobre o vento num ardor tão passivo

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