Soneto

Adultério

Mão-aberta de coisa nenhuma

E fechada: cheia de mistérios…

Afinal, adultérios!

E que trauma.

 

Mão-aberta e mão-cheia de tudo,

Desassossega o teu querer

Desassossega o esforço e o enaltecer

Para quê ficar mudo?

 

Se teus passos se ouvem ao longe

Devagarinho que vás, e por diante

Atropelos à minha mente, terás.

 

Fica, morde ou range…

Quero-te infiel, galante…

 - Desaparece daqui ó Satanás!

Pecados Meus Que Não Confessei

Pecados Meus Que Não Confessei

Pecados meus que não confessei,
forçado fui eu a cometer-vos tanto;
agora vos deixo à este relento,
cansado estou do tanto que pequei.

Vos que pelos desejos me ofertei,
desejo da carne que pago no pranto;
não mais quero este pecado manto,
despi-vos porque má fama ganhei.

Alma minha que antes era santa,
poluiram-a seduzindo meus olhos;
mostrando-lhe os teus feitiços.

Nem que chouva água benta,
condenado estou e colho-os;
voltar, quero tanto aos começos.

É O Amor Recíproco

É O Amor Recíproco

Quanto mais dou-vos
Mais querer tendem
Porquê não entendem
Também quero de vós...

Um de mim nos esgotos
Outros para vós erguem
Apenas peço: conservem
Não é eterno o meu e de vós...

Se amor é recíproco
Igual não é possível
Dêem pouco de vós...

Dizem ser muito pouco ?!
Mas sentem. "É invisível"
O verdadeiro quero de vós...

António Vicente Aposiopese

Foi à terra

Mares de ventos disseram...
Aos pés do coração do meu...
Caminhas descalça de véu...
Teus céus p'ra mim desceram

Saudades de ti ofereceram... !
Trouxeram aquele seu...
Areia, porquê chamais-me réu ?
Foi à terra que no... a levaram !

Dizei-me cantos das ondas
Leve e terno nesta orquestra
Então com qual de vós... ?!

Embora bebem águas Kiandas
Meus... ! não quer ser d'outra
Sem ti aonde buscarei nós... ?!

António Vicente Aposiopese

06/13

O meu primeiro Soneto :))

Soneto para ti…

O amor… é a perfeição que a vida tem
É o júbilo e a coragem que há em mim
É o que de ti, meu coração contém
É a razão de sermos nós enfim.

Amo-te como nunca amei ninguém
Como nunca pensei amar assim
Como nunca amarei um outro alguém
Como eu te amarei até ao fim.

Vamos juntos viver intensamente
Construir nossos sonhos, nossa esperança
Vamo-nos amar carinhosamente.

Viver cada desejo que se alcança
E compor na ternura do teu ventre
Nosso poema em forma de criança.

Janota Nudez

Devolva-me o singular da tua janota nudez
As estrelas e a lua cheia entre teus pés
As mesmas pertencem-me mês após mês
E tudo mais que escondes na tua timidez

Devolva, que não a perco desta vez !
Desfaleceu do flácido o corpo que vês
O sagrado fruto dos teus segredos o dês
Tartamudea, mas não diga talvez

Viajam as mãos dos meus olhos
Nos teus peitos que vencem cones
Co'pontiagudo dos teus mamilos

Desta ímpar nudez faça meus agasalhos
E deles milhões de pares clones
Para apenas eu senti-los e tê-los

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