Soneto

Foi à terra

Mares de ventos disseram...
Aos pés do coração do meu...
Caminhas descalça de véu...
Teus céus p'ra mim desceram

Saudades de ti ofereceram... !
Trouxeram aquele seu...
Areia, porquê chamais-me réu ?
Foi à terra que no... a levaram !

Dizei-me cantos das ondas
Leve e terno nesta orquestra
Então com qual de vós... ?!

Embora bebem águas Kiandas
Meus... ! não quer ser d'outra
Sem ti aonde buscarei nós... ?!

António Vicente Aposiopese

06/13

O meu primeiro Soneto :))

Soneto para ti…

O amor… é a perfeição que a vida tem
É o júbilo e a coragem que há em mim
É o que de ti, meu coração contém
É a razão de sermos nós enfim.

Amo-te como nunca amei ninguém
Como nunca pensei amar assim
Como nunca amarei um outro alguém
Como eu te amarei até ao fim.

Vamos juntos viver intensamente
Construir nossos sonhos, nossa esperança
Vamo-nos amar carinhosamente.

Viver cada desejo que se alcança
E compor na ternura do teu ventre
Nosso poema em forma de criança.

Janota Nudez

Devolva-me o singular da tua janota nudez
As estrelas e a lua cheia entre teus pés
As mesmas pertencem-me mês após mês
E tudo mais que escondes na tua timidez

Devolva, que não a perco desta vez !
Desfaleceu do flácido o corpo que vês
O sagrado fruto dos teus segredos o dês
Tartamudea, mas não diga talvez

Viajam as mãos dos meus olhos
Nos teus peitos que vencem cones
Co'pontiagudo dos teus mamilos

Desta ímpar nudez faça meus agasalhos
E deles milhões de pares clones
Para apenas eu senti-los e tê-los

ALVORECER

Sonolenta surge a claridade da manhã ditosa
Suave, delicada, colorida, pródiga e dadivosa
Sedente e esquiva é glamorosa e pura gazela
Traz os cabelos soltos ao vento, a bela donzela

Sonha com aquele que a admire e a corteje
Delicada menina-moça, tão linda e sorridente
E quer alguém que a leve pela mão e a deseje
Que a pressinta e cative com olhar envolvente

Parecia presa a um cordão tênue enluarado
Estava ainda envolta pela noite e trazia o dia
Libertando das trevas um espírito encantado

Sou África

Eis-me aqui !
Rico e ingênuo
Belo e sereno
Sou todo daqui...

Sou daquela ventre aí...
Sempre contínuo
Como no matador o bovino
Sou mesmo dalí...

Sou África !
Cada centímetro
Do seu corpo vituperiado

A pele e o sangue violado
Para impurezas o filtro
Sou África !

António Vicente Aposiopese

Estações Do Meu Coração

Caem as pétalas e florecem,
Na manhã que chove o verão,
Despede-se a despida ilusão.
Arilhos no inverno crescem...

Os teus beijos no outono caem,
E apanho co's olhos da paixão,
E co's mesmos faço devolução.
Na primavera rejuvenescem...

E vivo eu nestas constantes
Estações do meu coração
Que ora quente, ora frias

Ora doce, ora desilusão,
Igual ao que tanto querias;
Tens-me nas tuas mãos
lecitantes !...

OÁSIS

Serias o meu oásis em meio ao deserto
Serias o descanso do andarilho solitário
Serias meu último porto seguro e certo
Serias o mor secreto em meu imaginário

Peregrinando vou em meio à tempestade
Na solidão, diviso duas auras luminosas
Avisto a alegoria do amor e da saudade
É um lago muito azul de ondas sinuosas

E corro no afã de conseguir te alcançar
Nas águas fluentes e claras como o dia
Ali me lanço na ânsia de me refrescar

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