Surrealista

Mistérios

Orvalhos que em prece consagram

As belezas da coroa que é lua radiante

Em todo furor,ó Noite brilhante

Comtodo amor que coração conduz

Da janela do meu quarto se estalam

Sons soturnos da madrugada casta

Não sei que brilho é este que se arrasta

Da catedral ao sino de luz.

 

Este mistério que se levanta e esfria

É como a brisa suave que desliza

Em meu verso de luz que espiritualiza

Cada símbolo de louvor que se cria

São como mádido e formosos soníferos

Que uma virgem em teu pranto derrama

Paletó de madeira

Paletó de madeira

Cá estou eu agora, deitado dentro de uma caixa gélida e pálida, sem status, isso é um fato...

Ao meu redor amigos e parentes a chorar... Quantas lástimas... – Eu o amo tanto... Era o som que ressoava quanto eu estava entre eles...

Queria dizer-lhes algo, mas não posso, meu silêncio é como um vício que há tanto tempo desvio...

No âmago do momento até que tento pelo menos um intento que de tão lento se perdeu no vento...

DESABAFO

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Desabafo do verbo desabafar, não suporto mas a vida, mas tenho que levar!

Levanto de madrugada, susto com gente correndo, outros gritando que estão morrendo... em que mundo estou vivendo?

Som alto à noite toda, não respeitam a lei do silêncio!

Chamar a polícia, não adianta... Eles querem que nós vamos juntos  fazer o som parar! E depois que eles forem embora?

A minha cabeça vai rolar!

É melhor aqui escrevendo, querendo me desabafar!

 

Madalena Cordeiro

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