uma flor no descampado
Autor: António Tê Santos on Sunday, 1 September 2024no limiar da consciência oscilou o meu destino entre a nociva gente que não renuncia à malignidade e a solidão dos eruditos que recusam o vigor alucinado das multidões.
no limiar da consciência oscilou o meu destino entre a nociva gente que não renuncia à malignidade e a solidão dos eruditos que recusam o vigor alucinado das multidões.
aumenta o bem-estar quando ultrapassamos o descampado da solidão para nos plantarmos num oásis intelectual; numa realidade amplificada pelas nossas utopias; numa estrutura imune aos tumultos que nos rodeiam.
desejo que a benevolência cruze as fronteiras do medo para influir nos nossos atos diários; que a esperança frutifique nos lugares insípidos onde a turba enregela; que a náusea de viver desapareça dos nossos tormentosos horizontes.
"Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora" RITUAL TEJO. "Canto Moço". Por Zeca Afonso. Oitentaenove.01. 2012. CD
tiranizo a consciência para obter os resultados fecundos da mudança; para que recrudesçam em mim os exemplos de solicitude; para que pereça o desencanto nos meandros da existência que inventei.
Fazem sempre imperar
não o desejo espetacular de cada dia
bugar a mente
em conflitos pré-existentes
na estação computadorizada mais próxima da inocência
transmitiram tolices
não premiaram o alvo com o sorriso
dedos insensíveis tornaram o ar sangrento
qual foi a fruta que contaminou o mundo com controvérsias?
Qual a proposta para a formação de líderes?
Estamos fadados de tantos chefes
mais pão e leite, meu senhor!
Jesus com muito menos multiplicou
menos guerras
a receita para resolver quase tudo
as lágrimas embaraçosas que eu suprimi quando despertei para a razão... para uma intensa agudeza que me permite decifrar os enigmas da existência... para as doutrinas fulgentes que me transportam a lugares entusiasmantes...