Fugindo Do Mundo

Eu tentava fugir do mundo

Com razões para chorar

Na sombra de um pé de ipê

Sentei num banco para descansar

Quando surgiu um menino cansado

Com uma flor na mão a brincar

Percebendo minha presença

Ao meu lado ele veio sentar

 

Olhei, e vi aquela flor murcha.

Dei um falso sorriso e me virei

Ele cheirando a rosa me disse

Olha que flor linda que eu encontrei

E cheirosa pegue a colhi pra você

Para livrar do garoto eu me aproximei

Fui pegar a rosa e ele segurou no ar

Sem o Barulho do Mundo

Sem o barulho do mundo,
Para não falar silêncio,
Ouve-se a fina e persistente
Melodia da chuva noturna.

Se bem que
Alguns ainda a desfortunam,
Levam sua quietude à falência,
Uns com suas carências rugosas,
Outros com suas histerias inconvincentes.

Enquanto isso, são incapazes de notar
A vida escorrendo à surdina,
Sem um só refrão,
Ora para a música da arrebentação infinda,
As ondas num estribilho a divagar,
Ora para a culpa e sua disfonia
Sem nenhum perdão.

Apoteose

Não me cabe escolher,

Não me cabe encolher.

Só encargo de não ser,

Será tarde para viver?

 

Pecado pela maldade,

Metade do que tenho dobrado.

Por todo lado onde sou levado,

Pela mão do próprio diabo.

 

Redenção, hipótese única de absolvição.

Meditação, simbiose com a música do coração.

Apoteose eufórica , simbólica comunhão,

Tradição folklórica acompanhada de acordeão.

 

 

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