Sem o Barulho do Mundo

Sem o barulho do mundo,
Para não falar silêncio,
Ouve-se a fina e persistente
Melodia da chuva noturna.

Se bem que
Alguns ainda a desfortunam,
Levam sua quietude à falência,
Uns com suas carências rugosas,
Outros com suas histerias inconvincentes.

Enquanto isso, são incapazes de notar
A vida escorrendo à surdina,
Sem um só refrão,
Ora para a música da arrebentação infinda,
As ondas num estribilho a divagar,
Ora para a culpa e sua disfonia
Sem nenhum perdão.

Apoteose

Não me cabe escolher,

Não me cabe encolher.

Só encargo de não ser,

Será tarde para viver?

 

Pecado pela maldade,

Metade do que tenho dobrado.

Por todo lado onde sou levado,

Pela mão do próprio diabo.

 

Redenção, hipótese única de absolvição.

Meditação, simbiose com a música do coração.

Apoteose eufórica , simbólica comunhão,

Tradição folklórica acompanhada de acordeão.

 

 

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