Cad’ela?

De tão só, acabou a procurando em todas.
Viu-se sem nenhuma satisfação nem força,
Encontrou a culpa lhe chicoteando o corpo.
Chegou a pensar em castigo, peça ou troça.

Procurou se livrar daquela ânsia e demora,
De querer se abater com seu próprio corte,
De se suster com o não passar das horas.
Pediu perdão a Deus e foi tomar seu porre.

Foi encontrado caído dormindo ao meio-fio,
Como se fosse um adolescente apaixonado,
Que perdera a razão depois de ser chutado
E queria desforrar com seus bêbedos sibilos.

Procurei Dentro De Mim

Eu caminhava dentro de mim

Para saber onde me encontrava perdido

Procurei no armário empoeirado da minha alma

Encontrei muitos sentimentos esquecidos

Clamei ao senhor e ele varreu toda angustia

E acendeu a chama que estava apagada

Trouxe luz, levou embora a escuridão.

E dentro de mim ele fez sua morada

Agarrei- me ao seu amor e desfiz da solidão

Ele me consolou, eu disse Adeus ha tristeza.

Enchi de esperança o meu coração

 

Quando voltei para o meu eu

Um sol bonito brilhava para mim

CC

Estou no meu segundo meio, primeiro o mar, segundo a solidão da noite. Durante a noite posso pensar, sem raciocinar, viajar… hoje, contudo, estou preso, não consigo voar, está tudo muito pesado.  Por vezes fico leve demais, descolo com facilidade. Hoje sinto o contrário, estou pesado! Quando olho não vejo o horizonte, muito menos o seu limite.

Lua - 1

Ela está aí, aparece como alguém que vive para pudermos acreditar na simplicidade das coisas que encantam.

É um quadro vivo pintado com uma só cor que muda de tonalidade com o passar das estações.

Com ela cresce a vontade de ver de noite, de olhar o céu e sentir o universo.

A luz do Sol esconde-a para que possa voltar ao entardecer.

(01/01/2015)

MS

Nuvem

Preciso inventar sorrisos, ver campos e árvores, tulipas brancas e pretas, ouvir os rios e acordar com a luz clara de uma manhã sem vento.

Quero multiplicar os beijos e as palavras, os abraços e os frutos das árvores, quero ver os teus olhos do tamanho do mundo, quero evitar as horas vazias que me pesam nos ombros.

Quero procurar-te no mar e na terra, de dia e de noite, ao sol e à chuva, triste e alegre.

Somente questão

Haverá algo mais verdadeiro do que ser pessoa entre a multidão?

Não sei quem o disse

Ou talvez saiba mas não me lembro quem!

Apenas acredito

Que ser-se pessoa na multidão

Poderá ser apenas um devaneio do nosso coração,

Ou talvez um arquétipo da nossa imaginação

Ou então uma imagem perdida na nossa lembrança

De sonhos tresloucados

Do tempo infinito do nosso ser.

Perdido na multidão deixaste de ser pessoa

Serás apenas ilusão,

Ou invocação do meu coração

Saudade

Ainda não a entendi bem

Não sei o que descreve

Nem aquilo que quer dizer

Apenas que a sinto,

Talvez no coração ou fora dele

Ou talvez em lugar nenhum

Mas certamente na ausência

Das memórias coloridas da minha infância,

Da brisa leve e refrescante que toca o meu rosto,

Do silêncio taciturno que ronda a minha alma,

Do luar melancólico e exuberante que transborda do céu,

Dos suaves e crepitantes sons das cordas de um violino,

Desencontro

Quisera encontrar-te

Mas apenas encontrei o sabor amargo da tua ausência,

Quisera desencontrar-te

Mas apenas desencontrei a ambígua voz da razão

Razão, versus, coração

Paixão desenfreada

Outrora viva

Mas agora abafada pela voz da solidão,

Solidão desencontrada no meio da multidão

Mas encontrada na imensidão interminável do meu ser

Perdida algures no jardim do meu Éden

Sentindo o bater saltitante e veloz do coração que mantém a minha presença além limbo

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