o cais sereno
Autor: António Tê Santos on Sunday, 17 September 2017a decadência é uma figuração que ajusto à ínfima glória dum poema quando verto as garraiadas que superintendem as pisaduras reproduzidas pelo cortejo mundano.
a decadência é uma figuração que ajusto à ínfima glória dum poema quando verto as garraiadas que superintendem as pisaduras reproduzidas pelo cortejo mundano.
Ninguém nunca sorria.
Nas cidades, nos campos.
Por todos os cantos,
Todos eram como que pedras.
Mesmo as crianças,
Ainda que fosse dia de festa,
Tanto fazia morte ou nascimento,
Vitória do seu time num sábado ensolarado,
Carrancas estavam estampadas.
Até o dia em que um senhor sorriu,
Riu dos entediados,
Não entendeu como acontecera,
Mas sentiu-se bem, aliviado.
Foi detido por comportamento subversivo
Torturado, chamado de possuído,
Drogado.
Será que algum dia, saberemos, no futuro, quanto tempo o tempo tem?
Será essa a nossa magia?
Que até ao infinito seremos?
Algum momento, a inevitável nos atinge!
Dia do eterno escuro,
Saberemos?
No instante cá no outro além!
Futuro ?
Quanto do tempo?
Tempo de todos e de ningém :
O encontro onde se inicia:
Tempo que nos cinge!
Tem?
Será inevitável e nos atinge,
Dia,
escuro seremos!
Magia?
Que saberemos?
Instante, futuro que nos cinge!
Caminho contra o vento
Difícil caminhar
Quero enfrentar
Mas o meu passo é lento
Dois à frente, tres à traz
Pó areia à levantar
Os olhos a empanar
Mil pensamentos, fugáz
Quão difícil caminhar
Querendo abraçar a amplitude
Sentimentos, coragem e atitude
Desejo do mundo abraçar
mas... caminho contra o vento.
Nereide
Qual será o maior pecado que ainda nos resta cumprir nesta maldição?
Qual poderá ser a pior tentação?
Será decerto desistir!
O objectivo não criado,
Maior que qualquer manual:
Pecado!
Que se torna vida e sensação,
Ainda que não esteja contado,
Nos versos, outros sem igual,
Resta o tempo, bem passado:
Cumprir!
Nesta e em qualquer outra simulação,
Maldição!
Qual Pecado?
Manual,
Tentação,
Tempo contado,
Sensação!
Sem igual.
Resta cumprir,