O Louco de Platiplanto

Eu conseguia ver o que havia sob o ralo.

Vermes, cabelos, espuma e escarro,

Esperma.

Eu tomava banho,

Coisa rara.

Mais um pouco

E o esperma cresceu sob a espuma

Do xampu ou do sabonete.

Havia cabelos lisos compridos

Em sua cara de Perseu.

Cabelos meus

Ou dela?

Minha menina caquética.

Com o esperma vieram os vermes.

Apanhei o rodo e dei neles,

Em vão.

A luz apagou ou acabou,

Tudo ficou escuro,

Como se eu estivesse no fundo

De minha garrafa vazia de Bourbon.

memória!

Poderemos viver esta vida apenas de memórias escritas em papel sem autor?

 

Poderemos encontrar toda a sua dor?

Viver?

Esta série de histórias!

Vida!

Apenas, à pele sentida escrever,

De palavras sem pudor!

Memórias?

Escritas de forma redimida,

Em jeito de passadas glórias?

Papel incolor,

Sem margens nem dedicatórias

Autor?

 

Poderemos escrever?

Esta vida?

Apenas memórias,

Dor,

De histórias?

Sem pudor:

Glórias?

Em jeito redimida:

Sem alarde

                 Penso em ti a todo

                 momento. À  noite sonharei,

                contigo,estará ao meu lado

               Com carinho te abraçarei

                            **

              Despertarei  feliz!!!

             meu dia será tranquilo.

             Cantarei ao  dia

             á fazer isto ou aquilo

                    **

             Ao cair  da  tarde

             serena tarde me abraçará

             jogando seu manto escuro

            em silêncio, sem alarde

Que mundo é este?

Covardia, hipocrisia, insensatez,
enganados, porém, sempre com razão,
feito de tolo, o mais sábio entre todos,
eu não entendo, o sábio feito de tolo.
 
Novamente a loucura se repete,
o ignorante estando sempre com razão,
sem entender, ignorante observo,
o sábio, feito de tolo, sem razão.
 
Que mundo é este?
Está só eu a olhar?
vou me calar-se, me afastar por um momento,
vou me calar-se, refletir por um momento,

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