Sem interpretação
Autor: DiCello Poeta on Monday, 15 May 2017Saber que sou poesia
mas poucos conseguem ler
Saber que sou poesia
mas poucos conseguem ler
não se pode parar
ficar o vazio olhar,
é preciso continuar!
levantar outra voz e talvez cantar.
ficam os peitos cheios,
com versos de devaneios!
palavras de louvor,
em sentimentos de amor.
apesar de irrepreensível
lá foi devagarinho
tanto ainda tem para dar,
fica o feito incrível,
tanto burburinho,
e só teve de cantar
sem qualquer efeito visível,
ou outras vozes a atrapalhar!
o recheio dos meus desenganos está numa consciência que modificou os sentidos duma vida reprovada (os murmúrios que silencio contêm um desnorte que transporto até ao lugar etéreo onde me alento).
Felicidade
Alegria
Magia
Imaginação
Ligação
Iniciação
Autoridade
qual será a melhor maqueta?
a que fica por esboço
ou a que queima como tatuagem?
tu nunca foste apenas uma silhueta,
mesmo com esse teu pescoço!
suave aragem,
melhor que qualquer musiqueta,
só em balada é que eu te posso,
num poema, a rima perde coragem!
não existo só para ti!
nem tu és meu tributo,
continuo aqui,
fiel, absoluto,
por vezes até o meu rosto ri,
enquanto os teus versos escuto,
nenhuma outra letra ouvi,
que não me fosse teu atributo!
modo de viver,
assim bem ritmado,
não interessa o que possa parecer,
sai como que abençoado,
para quê escrever?
interessa é ser cantado!
que um determinado local
o consideremos como a nossa casa,
até a mais básica acção,
por uns mero acto banal,
para nós aconchego como brasa,
à qual interessa a nossa inteira razão,
aquela que só pode ser especial,
ninguém a arrasa,
a nossa bela canção!