Minha Senhora

Senhora minha sombra coberta de escuridão

Voz uniforme, gerada num vazio tão conservador de vários tormentos passados

Os ossos que se partiram agora encontram-se reduzidos a pó, o sangue derramado seco na terra

O corpo há muito queimado pelo sol de uma senhora outrora coberta de escuridão

Espinhos cravados na pele há muito morta

Uma criatura que habita na sombra, bestializada em puro instinto arranca a sua pele convertendo-se num monstro desumanizado

marca

nada é como tatuagem,

tudo é uma passagem,

a escrita é uma linguagem!

pode dizer tudo e não ser nada?

e na mesma defendo que a língua não deve ficar calada!

que nenhuma marca seja de paragem

tanta rima ainda tem de ser rimada!

tu!

verdade a quente

doi como pontada,

nesta tua ausência

parecias como que, permanente,

apesar de por outro apaixonada,

minha vã existência!

serei sempre aquele que sente,

noite atormentada

um sorriso de aparência.

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