Página 7 do meu livro-saudades do meu filho

No sétimo mês

Dureza lidar com a saudade,

Com tanta serenidade,

Essa é a verdade,

E ao cair da tarde,

As vezes parece maldade,

A minha realidade,

Um verdadeiro massacre,

Caminhávamos a tarde,

Conversávamos sobre a eternidade,

Mesmo com adversidades,

Hoje...para encontrar a felicidade,

Me esforço barbaridade,

Buscando na espiritualidade,

Força e responsabilidade,

E quando a tristeza invade,

Choro e peço piedade,

Com toda voracidade,

Pra esse Deus de verdade.

Página 6 do meu livro-saudades do meu filho

No sexto mês

Comecei com a poesia,

Tentando, em tudo, ver alegria,

Com o tempo...quem diria,

Que muitos amigos eu tinha,

E eles me acolheria,

No mundo em que eu vivia,

Solidão me perseguia,

Conversar não conseguia,

E viver assim, não poderia,

No abismo cairia,

E nada mudaria,

Pra sair da agonia,

Precisava de companhia,

Muita coisa não sabia,

Por tudo que passaria,

A vida ensinaria.

Solange Pansieri

 

 

 

Página 5 do meu livro-homenagem ao meu filho que partiu

No quinto mês

Com um novo olhar,

Tentando melhorar,

Evitando reclamar,

Para as coisas facilitar,

A paz mentalizar,

Pra que eu pudesse suportar,

A tristeza do olhar,

E a vontade de chorar,

Com o tempo iria passar,

Por não ter como apagar,

Seia preciso lutar,

Que tudo iria mudar,

Difícil de enxergar,

Mas era preciso acreditar,

E continuar a caminhar.

 

Solange Pansieri

viver

vivemos para mancar,

seja surdo, cego ou mudo,

nascemos para atrapalhar!

depois descobrimos o nosso escudo,

e aí vamos nós, até, quem sabe, voar,

não importa se somos maneta, perneta ou medroso!

seremos sempre um pouco de tudo

estamos aqui é para respirar

e seguir o nosso destino habilidoso.

sonhos

marisa nasceu para repor o seu irmão falecido

Rosa a mãe, sempre tem o mesmo medo:

será que os meus filhos têm o meu dom?

rosa jamais esquecerá o seu filho perdido,

talvez levado pelo seu genético enredo,

mas sonhar é tão bom!

Rosa prevê o futuro através do sonhar

descobri-o ainda pequena

de início feliz por isso, mas depois: acho-o o pior azar!

desejando até não ter crescido,

tal eram as visões que vinham-na atormentar

mas após duas décadas o dom desapareceu sem qualquer som,

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