quebrado

quis o destino quebrar-me,

voltar-me do aveso,

um reverso!

mas consegui desdobrar-me,

e soube ingressar num meu começo,

talvez um pouco transverso,

como que a equilibrar-me,

sentindo através de um breu espesso,

mas na mesma meu universo!

escondidos?

longe refugiaram-se,
pensando até estarem escondidos,
mas então são descobertos,
nem para o agora prepararam-se,
já o estavam há tempos mais que medidos,
ficam então estes novos mundos abertos,
as gentes deslumbraram-se,
porquê tão comedidos?
que bom sermos tão espertos!

Poeta do pouco

Aproveito o desleixo dum azar de quem é louco,

Vou me tornando como o Aleixo, um poeta do povo.

Sou poeta do pouco.

Poeta onde cada poema é dedicado ao sono.

 

Se tiver que viver assim,

Assim como tenho vivido.

Posso viver triste,

Mas diferente não teria sido.

 

Como posso eu viver,

Quando para viver é preciso razão.

E se a razão de eu sofrer,

Não quer ter conclusão.

 

Gostava tanto que soubesses,

O quanto gosto de ti.

Dizer-te que mereces,

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