O Papel

No papel novo e dobrado que finge ser velho e enrugado...

Regurgitam letras soltas que tropeçam desajeitadamente em frases feitas e ocas

No papel novo e dobrado que finge ser velho e enrugado...

Há coisas que acontecem na sombra de histórias soltas

No papel novo e dobrado que finge ser velho e enrugado...

Existem Palavras,

rebeldes, caóticas, assustadas, escondidas pedaços de vidas roubadas que de tão rasuradas e riscadas

Não sentem o que dizem... Nem dizem o que sentem !

P.RestLessMind x(2017)

Hoje preciso

Hoje preciso... de ti a me abraçar,
Nas tuas palavras me enlaçar...
De no teu ombro envolvente encostar,
No teu colo aconchegante me enroscar.

Preciso de sentir que sou amada,
De me sentir realizada...
Aniquilar o eco presente
Num vaguear indolente.

Queria sussurrar que ainda sinto
Um querer que me permite
Que sejas o meu absinto.

Queria vislumbrar-te por dentro
E nas arestas do teu limite
Ser em mim o teu alento.

Feudo dos silêncios

Percorri a noite dissimulando meu ser
entre as sombras e as sobras de uma solidão
que chega penetrando na timidez de minh’alma
convertida num feudal momento do tempo em reclusão
 
Assentei por escrito todos os versos despojados
Converti minha existência demolindo cada prece semeada

Anoiteceu

 

 

 

 

Já é noite,

O sol adormeceu

Dando lugar a um céu estrelado

E eu,

aqui no meu canto isolado

 

O meu coração fracassado,

 Já cansado

Chora lágrimas de solidão

O meu corpo vergado

Ao tempo

Sobra no espaço que lhe pertence

E eu,

aqui onde meu ser fenece.

 

Na escuridão procuro a luz

Que me leve ao caminho da paz!

 

Maria Antonieta Oliveira

17-03-2017

 

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