A história de alguém

A história de alguém

 

 

Se tem uma coisa que é fantástica na literatura, é contar a história de alguém. Mesmo que seja um personagem fictício, ele viverá centenas de vezes na memória das pessoas que lerem a história. Há quem chame a isso de ressonância quântica, e há quem chame a isso de magia.

Claro, há centenas de coisas fantásticas na literatura, mas quase nada é assim tão fantástico, como contar a história de alguém.

Charles Silva

Se eu não quiser ler

Vejo tanta gente,

Marinheiros gramaticais,

,Num mar de sentimento

Sonhos irreais ou apenas passatempo.

 

Acreditam no talento,

Menos no trabalho,

Se procuras rendimento,

Investe num dicionário.

 

Jamais irei julgar,

O teu direito de escrever.

Mas não começes a chorar,

Se eu não quiser ler.

 

 

A Terra é Azul

A Terra é Azul

Gostava de viajar no tempo, navegar numa caravela, ou entrar no futuro sem bater à porta. Deve ser um sentimento comum, esta necessidade de ver, descobrir e explorar.

Mas, como posso fazê-lo? Imaginar que não existe tempo deve ser a resposta. Oscilar como um pêndulo é muito monótono.

A nossa mente pode representar tudo, podemos procurar o que queremos recordar, ou avançar para o infinito e parar num qualquer ponto do espaço.

O CLARÃO ÉTICO

o infante traz consigo o bafio da paternidade interpondo-se entre ele e as suas prendas afetivas.

 

na textura humana apuram-se contingências que desesperam.

 

o fraseado das preleções gera diversas espécies de tédio.

 

quando o vulgar entendimento se transmuda em ideal.

 

as palavras libertam rumores aprovados pela consciência.

 

 

" Fado da Vida "

"[...] calço os saltos altos

e saio para a rua

numa noite escura, fria

Tenho por companhia

a solidão, minha amiga.

Despida de preconceito

mais a sorte esquiva

com quem me cruzo na via.

Debato-me com a tristeza

num beco sem saída

falando com pedras da calçada

duras, soltas

que cobrem o passeio

da esquina.

Reviro-me com o que me aprisiona

Ingratidão, agonia

que me deixa acorrentada

e me faz tropeçar nos buracos

de uma rua sem nome.

E me vejo perdida

ESTOU PRONTO

Estou pronta, meu Senhor
Sussurram eles nas pedras feridas
Das montanhas embutidas a chorar
Gritos cheios de ecos vazios
Nos corpos suspensos pelos ombros
De olhos vermelhos esbugalhados
Com hálito amargo soltam as vísceras
Para a boca do inferno temem eles
Escondem-se de uma morte prematura
Nas suas imperfeições que é imortal
Entre os sonhos de pagãos prazeres
Em lírica numa voragem pureza insana
De devaneios, de caos, das labaredas
Eles não oram, muito menos pedem

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