Medina

Medina

Um dia fui apanhar enguias com o meu amigo Medina, um jovem de oitenta anos.

Foi no mês de agosto, cheguei a casa dele e sentei-me no banco do borralho enquanto ele acabava de almoçar. A porta da sua casa estava sempre aberta, assim que me viu chegar sorriu e disse - Hoje vamos apanhar das grandes. Comia peixe frito em farinha de milho que acompanhava com broa e vinho.

Gotas de Silêncio

Gotas de Silêncio

Quando olho a multidão vejo apenas o mar, esse mar inquieto que por vezes forma uma onda de pequenas gotas de silêncio.

Nesse silêncio posso falar comigo:

- Sinto-te há muito tempo, corro sem parar apenas para te ver, para te ouvir, pois não posso adormecer sem te olhar outra vez, temo perder-te depois.

- Depois de te olhar sinto que estou salvo, retorna a paz dentro de mim, as ondas do mar acalmam e posso ser também eu mar e tu o céu.

MS

(26/09/2016)

 

Eu e a Roseira

     Eu e a Roseira

Deitava-me sobre a roseira.

Não temia os seus espinhos,

considerava-os por ser a defesa dela,

Mas, na hora da morte, morre a roseira

e os espinhos  juntamente com ela.

A dor da perda só passará,

se porventura eu encontrar,

outra roseira da mesma espécie

para colocar em seu lugar.

       Olha esta foto!

        Eu e a roseira...

Sem medo dos espinhos

jogando todo meu afago.

O meu corpo tombado,

sorriso escancarado,

sobre essa beleza

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