o lugar das alucinações
Autor: António Tê Santos on Saturday, 10 December 2016recordo o esquemático porvir que delineei sobre os joelhos trementes, a jaula onde sobrevivi como um corvo alucinado, a batuta que agitava para escorraçar a monotonia.
recordo o esquemático porvir que delineei sobre os joelhos trementes, a jaula onde sobrevivi como um corvo alucinado, a batuta que agitava para escorraçar a monotonia.
A desconcertante noção
do tempo a esgueirar-se
alivia a pressão
por mais que aches que não,
de que o hoje nunca é tarde.
Sabeis que vives
quando esqueces quem foste,
O regresso às origens é possivel
se aprenderes a atravessar a ponte.
Subi ao telhado,
descalço
despenteado
despido.
Subi para ver a lua
de onde nunca devia ter saído.
Sentado sobre as telhas
como quem deseja saltar
vislumbro as luzes na cidade velha
invejando o pequeno pardal
por não saber voar.
Visto lá de cima,
tudo parece tão pequeno
A tempestade em mim
torna o meu viver mais sereno.
Eu brinco com meus amigos
Eu corro, me divirto aos poucos
Tentando esquecer.
Mas sem querer me pego pensando em você
A noite, o dia e sempre
Pensando em você
Nada me faz te esquecer.
Minhas forças, meu tudo
Meu mundo se faz com você
No amanhecer me pego pensando em você
Ao anoitecer não consigo te esquecer.
Meu coração acelera, o seu sorriso me alegra
Mil elogios te faço, me alimenta o teu abraço
Você é digna de todo elogio
Para os meus olhos você é colírio
Me pego sonhando contigo.