um radioso futuro brota do gargalo da esperança contribuindo para o mundo que imaginei; participa nos temas que discorri; afasta o meu desamparo através de vigorosas utopias.

sobre uma tumba ancestral escavei martírios que perduram; transverti a minha vida numa cíclica rebelião que entrançou nas discórdias vigentes; que promoveu angustiosas reflexões.

os meus alvoroços fizeram-me ingressar numa senda reprovável; nas posturas duvidosas duma áspera solidão; nos compromissos fictícios duma vida desprovida; nos trâmites dolorosos duma impostura colossal.

borboletas são graciosas

têm asas e cores vivas

e seguem o rumo

que seu instinto indicar

quando for possível

tentarei voar também

sem que me perca

em cirandas vãs

sou lepidóptero-sapiens

vertebrado e sem asas

e preciso me capacitar

para a vocação da larva

Conte-me, é um poema que narra um reencontro de um amor que esteve não só distante, mas sem notícias, algo distante da realidade de hoje a não ser que seja vontade de pelo menos uma das partes envolvidas.

Não tenho mais o que lamentar
Não temo mais a sua ausência
Como temia a sua presença
Como temia a sua mensagem
Como temia perdê-la
Agora que me tenho só
Ando pagando pelos dias que a deixei só

Sinto que ainda te amo
Mas não te desejo
Temo que um dia possa te encontrar cara a cara
Mas com que cara a encontro?
E se eu te encontrar com outro cara?
Você não era tão prioritária como é hoje !
Por isso, peço desculpas

Mais um bloco vazio,
que iniciei cheio de emoções.
Pensamentos atropelam minha fala,
uma dor de cabeça agoniante.
Um sentimento vazio persiste,
como um vaso quebrado,
fraturado pelas raízes da própria rosa.

Orgulho, oh orgulho, em que me afundei,
Mentiras, oh mentiras, que criei,

Ao te deixar partir, senti dor ,
Ao te implorar que fiques, a tristeza ,
Para onde vou? Será que fico?
Seguirei, sem rumo, vago e perdido.

Em bares e no meio de corpos serei encontrado,
Provando doses amargas, buscando esquecer o passado,
Ao garçom, peço que sirva mentiras, para saciar a única verdade, que ainda e sua minha alma.

De ruas em ruas, tropeçando em bares lotados,
Para saciar a saudade, mais uma cerveja.
Para saciar a vontade, mais uma desconhecida,
Problemas não resolvidos, amores do passado.

O caminho está fechado, mas eu sempre tropeço sorrindo,
Maldita rotina, que me vicio na nicotina.
E me tirou da poesia, caminhadas confusas,
A mente parada, e ela nunca me entendia.

"Onde você está Se não presa em minha mente?

Te apresentar migalhas? Não pense.

Eu não estaria aqui Se não fosse para te afogar De amor e desejo

Como me afogo Almejando sua presença insaciável, pecaminosa.

Desejo possuir sua alma, Ter posse do teu corpo, Sentir teus beijos, Olhar nos teus olhos,

Desejo conhecer teus medos, Teu gosto,

Para que enfim eu possa morder dessa maçã.

Mas até lá,

Desejo mais doses quentes, Cigarros sem sentidos."