Meu pai

Um aquário construira

e com os peixes se divertia

quando a saúde permitia

era assim todo dia  

 

Uma doença escondia

muitas dores sentia

mas sempre fingia

que saúde ele tinha

 

Até que um dia

a dor não suportaria

e toda família

ficaram de vigília

 

Muito carinho recebia

nas horas de agonia

dos últimos dias

até que partiria

 

Solange Pansieri

 

Meu pai

Um aquário construira

e com os peixes se divertia

quando a saúde permitia

era assim todo dia  

 

Uma doença escondia

muitas dores sentia

mas sempre fingia

que saúde ele tinha

 

Até que um dia

a dor não suportaria

e toda família

ficaram de vigília

 

Muito carinho recebia

nas horas de agonia

dos últimos dias

até que partiria

 

Solange Pansieri

 

Meu pai

Meu pai sentado no banco

sempre pensando

calado no canto

só observando

 

Nada comentava

enquanto ninguém o provocava

mas quando falava

o bicho pegava

 

Ele gritava

ninguém reclamava

só se escutava

e o respeitava

 

Poucas vezes sorria

vontade não sentia

pelo passado,sofria

porque nada mudaria

 

 

minha vida em versos

Um segredo guardava

e nunca falava

achava que errava

e se culpava

 

Tinha pressa de crescer

e o mundo conhecer

pensei que tudo sabia

e passei pelo que não queria

 

Muito cedo se casou

ao destino se lançou

sua vida atrasou

mas com o tempo se ajeitou

 

 

Muitas vezes se perdeu

por mentiras que não mereceu

mas a verdade apareceu

e a justiça prevaleceu

 

Solange Pansieri

Meu pai

Meu pai se foi

e agora

que quando chorava

pra ele eu ligava

 

Meu pai se foi

pra quem contar

as novidades

que eu queria planejar

 

Meu pai se foi

com quem compartilhar

as injustiças

que eu passar

 

Meu pai se foi

e o presente

pra quem entregar

quando seu dia chegar

 

Meu pai se foi

quem vai brigar

e depois ligar

para contornar

 

Solange Pansieri

minha vida em versos

Todos os dias

diziam bom dia

mas ja sabia

que assim não seria

 

Da infância de couro

do tempo de ouro

dias de choro

mas de cheiro de bolo

 

A rosa roubada

no jardim da morada

e oferecida

a madrasta querida

 

Na escola chorava

e vontades sentia

o sino tocava

mas dinheiro não tinha

 

Solange Pansieri

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