a opressão incentivou a fuga ao silêncio lendo romances ou entoando cantigas de amor: foi uma jigajoga que nos fez grandes quando a grandeza era uma promessa irrecusável.

lembro as rotinas imersas na poeira da cidade onde se avivavam palavras dos meus inimigos ( os exageros recorreram à noite para quebrarem a redoma onde cresci, não importando que magoassem.

Vês estas minhas mãos vazias?

É tudo o que tenho...

Nada...

Nada!

Vês este meu coração negro?

Está vazio e doente...

Doente...

Doente!

Vês este meu corpo velho?

Enrrugado e chagado...

Morto...

Morto!

Vês esta alma nua?

Perdida no nevoeiro...

Vazia...

Vazia!

Vês futuro em mim?

Eu também não...

Eu também não!

Agosto, 2016

E que venha o amanhã.
Que traga com ele todos os sorrisos,
Que venha acompanhado do amor .
Que junto dele venham os amigos.
Que as aventuras também o acompanhem.
Que a palavra amiga esteja presente.
Que ausente estejam as dores e as tristezas ,
Mas se elas resolverem aparecer, 

Quando consegui plantar um poema.
A terra ainda dormia, 
Até que de mansinho, ele nasceu.
Trouxe as cores da natureza.
A exuberância das flores.
Os perfumes almiscarados dos animais.
Trouxe uma amostra de sangue.
Um desejo de paz.
Não contente saiu por aí. 
Algumas vezes alegre